Câncer de mama também pode prejudicar a saúde mental da mulher

Médico psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro destaca a importância do acompanhamento com especialistas e da rede de apoio

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, até 2025, surgirão aproximadamente 704 mil novos casos de câncer anualmente. O impacto do tratamento de câncer na saúde mental é uma questão que vai além dos desafios físicos da doença. A jornada de diagnóstico, tratamento e recuperação traz consigo uma série de emoções complexas que podem afetar profundamente o bem-estar psicológico. Segundo o médico psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (APERJ), Marcos Gebara, existem alguns fatores em comum entre o câncer e a depressão que desfavorecem a melhora dos dois quadros.

Em relação ao câncer de mama, que é o de maior incidência entre as mulheres, ainda segundo o Dr. Marcos Gebara, pacientes que têm doenças inflamatórias crônicas, dolorosas, com esse caráter inflamatório proeminente, desenvolvem o que é conhecido na clínica médica como “comportamento doentio”, que nada mais é do que uma síndrome depressiva. E, apesar de semelhante aos quadros que não são associados ao câncer, os sintomas predominantes são o pessimismo, a desesperança, a apatia e a falta de energia.

Para o presidente da APERJ, o cuidado psiquiátrico é fundamental. “Porque ao tratar a depressão, você interfere positivamente na evolução do tratamento do câncer. Uma coisa vai funcionar atrelada à outra”, explica. Além do tratamento do câncer e da depressão, Dr. Gebara destaca a importância de uma rede de apoio, explicando que a ideia é dividir o problema e não se sentir sozinha.

“Existem associações de apoio a quem tem câncer de mama, grupos também, e, claro, a família também serve como força. As redes de apoio são aquelas pessoas que estão sempre estimulando, acolhendo, ajudando e apoiando, e isso é muito importante. A pessoa ter uma rede de apoio propicia a sensação de não estar sozinha. Ao se sentir sozinha, não procurar trocar informações com as pessoas ao redor, o problema vai se agravar”, acrescenta Marcos Gebara.

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