Pautando temas como o colorismo, gênero, direito à cidade, classe, autoestima, racismo estrutural e decolonialidade, livro chega em duas versões: uma composta por 11 poesias, direcionadas para o público adulto, e outra para as crianças, com ilustrações de Ana Teixeira.
Artista já conhecida na cena dos slams e saraus, MIDRIA acaba de divulgar “A Menina que Nasceu sem Cor”. Projeto, produzido de modo independente e publicado pela Editora Grandir, reflete sobre os atravessamentos da história da autora e, também, de várias outras mulheres negras em seus diversos momentos da vida. Por isso, pautas como colorismo, gênero, direito à cidade, classe, autoestima, racismo estrutural e decolonialidade são narradas ao longo de 11 poesias que, juntas, formam uma obra-registro da atual história do mundo que está sendo construída e, finalmente contada, a partir do olhar de quem por muito tempo não teve sua voz e humanidade reconhecidas.
“Os textos do livro foram construções de dois anos, refletindo minha aproximação com o movimento dos slams. A marca registrada da literatura marginal-periférica tanto nos saraus, quanto nos slams, é a apresentação em primeira pessoa. Minhas poesias surgem desse processo, de criar minha própria narrativa sobre a vida. Para nós, mulheres, pretas periféricas, LGBTQIA+ e por aí vai, existem histórias prontas e impostas pela sociedade. Colocar nossa própria versão no mundo é essencial para reivindicar um espaço de subjetividade e potência”, ressalta.
Convocando para a reflexão em torno dos papéis sociais, Midria entrega um trabalho baseadoem inúmeros referenciais históricos e contemporâneos, além da sensibilidade, sabedoria ancestral e, enquanto estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, científica.
Ampliando esse lançamento, “A Menina que Nasceu sem Cor” ganha uma versão adaptada para o público infantil, ilustrada por Ana Teixeira e publicada pela Editora Jandaíra.
“Que cor tem uma menina filha de um pai negro como o céu estrelado de uma noite de verão e de uma mãe branca como a lua cheia? As ilustrações de Ana Teixeira acompanham todos os caminhos que fizeram essa menina se entender e reivindicar a potência de suas raízes, de seu cabelo a de seu povo”.
Para mais informações, acesse: www.midria.com.br
SOBRE MIDRIA
Midria é paulistana da zona leste, estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, poeta, slammer, slammaster do Slam USPerifa e membra do Coletivo Sarau do Vale. Atuante na cena de slams (batalhas de poesia falada) de São Paulo desde 2018, foi uma das participantes do Campeonato Paulista de Poesia Falada – SLAM SP representando o ZAP! Slam. No mesmo ano, alcançou mais de 7 milhões de pessoas com sua poesia – que mais tarde se tornaria livro – “A Menina que Nasceu sem Cor” entre vídeos compartilhados nas redes sociais. Em 2019, representou o Slam das Minas SP no Campeonato Paulista de Poesia Falada e foi uma das convidadas do FLUP Slam Nacional no Rio de Janeiro.
Já se apresentou na Casa das Rosas, na Bienal do Livro de São Paulo, na Pinacoteca do Estado de SP, no Salão do Livro Político da PUC–SP, no Instituto Tomie Ohtake, no Itaú Cultural, na Feira Literária de Presidente Prudente e em diversas unidades dos SESCs.
Estudou cenopoesia com a poeta e atriz Jô Freitas na Oficina Cultural Alfredo Volpi e participou do curso de extensão “Slam de Poesia Falada” ministrado por Emerson Alcalde na SP Escola de Teatro. Já ofereceu oficinas de poesia e slam em cursinhos populares, escolas, na Ação Educativa, Pinacoteca do Estado de SP e no Centro de Cidadania Cultural Elza Soares.
Lançou de maneira independente em 2018 o fanzine “A Menina que Nasceu sem Cor” e em 2019 a fanzine “Preta Galáctica”, além de integrar a coletânea Slam da editora Autonomia Literária com o título “Empoderamento Feminino”. Foi ganhadora do concurso “Poesia que Pulsa”, organizado pelo Slam das Minas SP. Se reconhece enquanto mulher negra, periférica e bissexual. Vê na poesia um lugar de escuta, um espaço de fala, cura e transformação.
Atualmente, dedica-se ao lançamento do livro “A Menina que Nasceu sem Cor” – com versão para o público adulto e outra para o infantil.
Créditos: Surabhi Dasa