Transbordando poesia e sensibilidade, audiolivro ganha trilha sonora guiada não só pela música, mas por toda uma ambientação com texturas criadas a partir de sintetizadores analógicos, guitarras manipuladas, ruídos de todos os tipos, microfonias e um toque de estilo dark
Depois de lançar a versão impressa de “Nada mais Maldito que um Amor Bonito”, Everton Behenck divulga o audiolivro de seu registro composto por 60 poemas que embalam todas as suas alegrias e tragédias sentimentais. “A ideia é que todos sejam transportados para dentro da história. E, como todo mundo já passou por alguma coisa que está contada ali, quem sabe mostrar o caminho para dentro de si mesmo e da sua própria dor. Podemos viver e, também, elaborar juntos esses momentos lindos e doloridos que passamos”, ressalta o autor.
Logo no início da obra, a grandeza de um sentimento que chega sem avisar e nos transforma em outra pessoa. Durante a audição, acompanhamos a mudança de perspectiva sobre a complexidade e a profundidade desse sentimento arrebatador. Por fim, a beleza dos acertos cede lugar à perplexidade à medida que densas camadas de um coração ferido e apaixonado são expostas.
Todos esses climas, agora, são guiados pela cuidadosa trilha sonora de Lou Schmidt.
“Essa é uma experiência bem diferente de tudo que se espera de um trabalho desses. Trazemos uma expressão realista, dark e inusitada. O não-óbvio subvertido, com um trabalho artesanal e milimétrico de ambientação sonora. Pra começar, gravei o Everton declamando os textos em uma sessão só. Ele até quis regravar pra corrigir algumas inflexões, mas eu sempre acreditei que aquela sessão de voz era a mais primal, espontânea, densa e verdadeira que poderíamos e deveríamos ter. Trabalhei o som usando diversas fontes de matéria prima sonora: músicas compostas especialmente para o projeto, outras antigas do meu catálogo, temas improvisados tocados junto com as declamações já captadas, ruídos de cidades ao redor do mundo que eu visitei e sempre gravo quando me soa interessante, texturas criadas com sintetizadores analógicos e guitarras manipuladas, microfonias, velocidades e pitch extremamente alterados. Eu estava muito influenciado pelo som da peça de teatro interativa “Sleep no More”. Trouxe essa atmosfera dark”, explica o artista.
“Vale ressaltar que o livro conta uma história. E queríamos que as pessoas pudessem acompanhar esta história como em um filme. Cada momento com seu clima. Com a sua tensão. E assim nós fomos construindo a experiência”, completa o autor.
Ouça aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hSOipl3rUBo&feature=youtu.be
Créditos: Surabhi Dasa