Formado por 7 faixas autorais, projeto combina a mistura dançante do rock clássico com pitadas de blues e jazz. Letras refletem sobre capacidade de encontrar alegria mesmo nos momentos mais desafiadores
Ouça aqui: https://youtu.be/FdJ35V9GgDY?feature=shared e Spotify
Assista ao videoclipe de “Antes que eu Desapareça”: https://youtu.be/7LYIkfH_mQo?si=z8B6GGdpAckEIHVR
Trazendo uma aura de fantasia embalada pela mistura dançante do rock clássico com pitadas de blues e jazz, a cantora e compositora Candice Fiais lança ‘Groovy Quimera’.
O nome do EP reflete a busca por um sonho inalcançável, fazendo referência ao período de isolamento social, quando a esperança de se apresentar e criar música ao vivo parecia distante. “A ideia de gravar o disco veio de um pensamento que tive, no pior momento da pandemia, de como parecia um sonho distante voltar a tocar e fazer música para pessoas e entre pessoas”.
O conceito do disco é amplamente refletido na arte gráfica, desenvolvida pela talentosa ilustradora Evelin Salvatierra. A arte transporta o espectador para um cenário mágico e utópico, cheio de cores vivas e animais quiméricos que não existem na realidade, mas apenas na imaginação. “Nesse cenário utópico, as possibilidades são infinitas, e as pessoas podem se reencontrar e celebrar através de uma música alegre, vibrante e positiva”, destaca a artista.
‘Groovy Quimera’ apresenta uma sonoridade cativante, transitando por gêneros como rock, blues, funk e soul. Com sete faixas, sendo cinco em português e duas em inglês. Todas as letras e melodias são de autoria da artista, e duas faixas foram compostas em colaboração com Icaro Britto, seu guitarrista e parceiro musical.
“A ideia de positividade permeou todo o processo de composição, tanto de letras quanto de melodias. Eu queria que este álbum tivesse o efeito de tornar mais feliz o dia de quem o escutasse: como eu desejei me sentir nos momentos mais difíceis da pandemia, e busquei álbuns e músicas que me fizessem sentir dessa forma, e me devolvessem o otimismo e a positividade” diz
Jorge Solovera desempenhou um papel fundamental na produção, arranjos e direção musical do EP, trazendo sua experiência para criar um som vibrante e inovador. O EP também conta com participações especiais, incluindo Cândido Neto, que faz um solo de guitarra na faixa “Um Passo à Frente”, e um trio de sopros composto por Lucas Decliê (sax alto), Gleison Coelho (sax tenor) e Matias Traut (trombone) na faixa “State of Love”.
O primeiro single do EP, “Antes que eu Desapareça”, já está disponível no YouTube com um videoclipe dirigido e produzido por Jorge Solovera e Sônia Rauedys. Esta faixa foi a primeira a ser composta para o EP e marcou o início do processo criativo.
FAIXA A FAIXA ASSINADO POR CANDICE FIAIS
1. No mesmo lugar
A faixa foi composta em parceria com o guitarrista Icaro Britto e é marcada por riffs dobrados de guitarra e gaita. A sonoridade é vibrante e remete a uma atmosfera de rock clássico, inspirada em bandas como Cream, Mountain, e Jeff Beck Group, expoentes da transição do blues-rock entre as décadas de 60 e 70. A letra aborda a necessidade de se movimentar pra sair de um estado de acomodação e fazer as coisas acontecerem, ao invés de esperar que alguém faça por você ou que as oportunidades caiam no seu colo. A ideia de que você é quem deve criar suas próprias experiências. A música, apesar de ser a primeira do disco, foi uma das últimas a serem escritas, a bordo de uma motocicleta durante uma viagem de 30 dias de Salvador-BA a Bariloche- Argentina em novembro de 2022. A letra reflete também essa experiência típica de uma viagem de moto, em que as programações precisam ser alteradas a todo momento, numa analogia com a vida e seus imprevistos que te fazem recalcular a rota e os aprendizados que você extrai disso.
2. Pra lembrar
É uma canção soft rock, com influência de country music, com arranjos permeados por banjo, percussões e frases e solos melodiosos de guitarra, bastante influenciada pela sonoridade de bandas como Tedeschi Trucks Band e Allman Brothers. Foi composta na fase final da pandemia, já no início da retomada de contato entre as pessoas, escrevi ela em um dos primeiros passeios pós-isolamento, que fiz a Itacaré-BA. Naquele momento eu estava desfrutando intensamente de cada paisagem pelo caminho, cada cheiro, cada céu estrelado, com muita sede acumulada de viver e ver o mundo lá fora. E de tocar e me aproximar das pessoas, após precisarmos manter distância de todos por quase 2 anos inteiros. E me dei conta de como essa privação me fez valorizar ainda mais cada experiência, pois ficou bem claro que não fazemos ideia de como será o dia de amanhã. E acabamos esquecendo de valorizar as coisas simples da vida por achar que estará tudo sempre ao nosso fácil alcance. “Mas talvez a dor sirva pra lembrar(…) ” que as coisas não são exatamente assim. Hoje está tudo ótimo, e de repente, pode não estar mais. A melhor hora de fazermos tudo que temos o desejo de fazer não é outra senão agora.
3. Epifania
A faixa mescla elementos do funk, pop e rock, e conta com guitarras e pianos groovados coroados por um solo visceral de gaita. A letra aborda um momento de iluminação e inspiração, no qual todas as questões se esclarecem através de um vislumbre mágico, uma experiência sensorial que não pode ser explicada, só sentida, apenas por quem tiver empatia e sensibilidade suficientes para alcançá-la. Foi mais uma parceria com Icaro Britto e é a faixa que mais reflete o conceito da arte gráfica e do nome do álbum, Groovy Quimera. É uma faixa cheia de groove e com a letra repleta de recursos visuais que nos transportam pra aquele universo colorido, imaginário, iluminado, de vida em sua máxima plenitude. É uma mensagem de boas novas, anunciando a chegada de coisas belas e felizes, e também um convite à abstração.
4. State of Love
A faixa, escrita em inglês, é uma balada soul-rock, que conta com um luxuoso naipe de sopros (com um belíssimo arranjo de Jorge Solovera) e solos de guitarra repletos de sentimento. A letra aborda a necessidade urgente de resgatarmos a cultura do amor, da paz, da solidariedade, num mundo que afunda cada vez mais nas teias irracionais do ódio e nas trevas da desinformação (“Let’s brighten up the day and cast away the lies…”) A música convida a “refundar o Estado do Amor”, e, a quem se identifica com a causa, a adotar uma postura mais assertiva e enérgica, interrompendo um período de perigosa tolerância com figuras nefastas que vimos ao longo dos últimos anos ascendendo ao poder e pregando violência e desunião entre as pessoas. A mensagem da música é positiva, de esperança, mas é de luta também. Pra gente tomar as rédeas e não permitir que a cultura do ódio se instale de vez em nossa sociedade.
5. Antes Que Eu Desapareça
Foi a primeira faixa composta para o disco, e também o primeiro single lançado. Escrita ainda durante a pandemia, mas já após a descoberta da vacina e o surgimento da perspectiva de retomada da normalidade, embora ainda envolta em muitas incertezas (“Eu não sei se as coisas vão voltar ao que eram antes…”). Ela aborda também a reflexão sobre a vida antes e depois dessa experiência traumática da sociedade e o impacto disso em como alteramos a medida de relevância das coisas, dos planos que fizemos um dia e que pouco significam diante de um cenário tão inesperado, arrebatador e transformador da realidade. Ela conta com um belo solo de lapsteel, costurando a canção, que é uma balada blues.
6. Um Passo à Frente
É o “blues mais raiz” do disco, um shuffle inspirado na sonoridade Texas Blues do Stevie Ray Vaughan. Na letra, eu quis abordar a importância de confiar no seu próprio potencial, buscar a força individual de cada um e manter a resiliência diante dos nãos e dos tombos que a gente leva pelo caminho. E questionar algumas supostas verdades que as pessoas nos impõem, às vezes com o objetivo de se auto enaltecer e de nos diminuir. Todo mundo te disse não? Beleza, você vai lá e faz sua própria revolução a partir disso. Abaixar a cabeça, jamais. A música conta com solos de 3 guitarristas, Icaro Britto, Jorge Solovera e o guitarrista convidado, Cândido Neto.
7.Little Heartbreaks Along The Road
É um blues rock com influências de country rock, segunda composição em inglês do disco, que fala de amor e de reconstrução a partir dos cacos dos corações quebrados que a gente acaba experimentando e vai juntando pelo caminho. É uma música que aborda o amor pelo outro e o amor e cuidado consigo mesmo também. É sobre esses dois sentimentos se autocompletando pra criar um ambiente mental e emocional positivo. Sobre a transformação de experiências passadas que não foram boas, em bases para a construção de uma estrutura bela e sólida, que a longo prazo nos dê força e até conforto. Sobre evoluir e ressignificar perdas, medos, frustrações passadas. É a reflexão final do disco e por isso foi escolhida pra fechar a sequência das 7 canções do álbum.