Museu das Favelas leva exposição para a Expo Favela

Equipamento participa da maior feira do 4º setor, nos dias 17,18 e 19 de março, no World Trade Center, em São Paulo

Museu das Favelas participa da Expo Favela, maior feira do 4º setor no mundo. Nos dias 17, 18 e 19 de março, a instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo apresenta instalação que provoca o olhar em um ambiente imersivo com conteúdos audiovisuais produzidos por criadores de várias favelas do país e painéis que trazem textos, vídeos, imagens e poesias sobre o processo de criação do recém-inaugurado museu.

O Museu, localizado no Palácio dos Campos Elíseos, na região central de São Paulo, se locomove até o World Trade Center para propor trocas de experiências e vivências entre os visitantes-atuantes e sua equipe. No dia 17, das 11 às 12h, Renata Furtado, Vivian Egídio e Sidnei Andrade apresentam a experiência do CRIA – Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca do Museu das Favelas. No dia 18, mesmo horário, a experiência do CORRE – Centro de Formação, Trabalho, Renda e Empreendedorismo do Museu, apresentado por Carla Zulu; das 15 às 16h, o time de educadores propõe a vivência Batuques Sudestinos. Neste dia, haverá ainda o lançamento da FAVELA OCUPA: chamada de ocupação cultural do Museu. O chamamento busca o credenciamento e seleção de propostas de atividades artísticas, educativo-culturais, de entretenimento e formação, concebidas e realizadas por profissionais, empresas, coletivos e/ou coletivos periféricos e de favelas brasileiras, voltadas a diferentes perfis de públicos e realizadas na sede do Museu. Serão duas modalidades: atividades com apoio financeiro e atividades que precisam apenas do espaço. O chamamento possui fluxo contínuo, ou seja, sem prazo de inscrição. As inscrições deverão ser feitas por meio de formulário a ser disponibilizado no site. Por fim, no dia 19, das 11 às 12h, Vanessa Marinho apresenta a experiência do núcleo educativo do Museu das Favelas.

A Expo Favela, organizada pela Central Única das Favelas (CUFA,) é uma feira de negócios que busca dar visibilidade e promover os empreendimentos e startups das favelas, promovendo encontros com investidores visando a aceleração dessas iniciativas. Também propõe a realização de palestras, oficinas, exposições, rodadas de negócios, mentorias, shows, exibição de filmes, entre outros. A primeira edição do evento reuniu mais de 30 mil pessoas no World Trade Center.

SERVIÇO

Museu das Favelas na Expo Favelas

World Trade Center

(Avenida das Nações Unidas, 12551 – Cidade Monções, São Paulo – SP)

17 de março

11 – 12h: Experiência do CRIA – Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca do Museu das Favelas, com Renata Furtado, Vivian Ébano e Sidnei Andrade.

18 de março

Lançamento FAVELA OCUPA – Chamada de Ocupação Cultural do Museu

14 – 15h: Experiência do CORRE – Centro de Formação, Trabalho, Renda e Empreendedorismo do Museu, com Carla Zulu.

15 – 16h: Vivência Batuques Sudestinos, com time de educadores do Museu.

19 de março

11 – 12h: Experiência do núcleo educativo do Museu das Favelas, com Vanessa Marinho.

SOBRE MUSEU DAS FAVELAS

Aberto oficialmente desde o dia 25/11/2022, o Museu das Favelas é um equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, sediado no Palácio dos Campos Elíseos, no centro da capital. Gerido pela organização social de cultura IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão, o Museu, que nasce de um processo colaborativo com pessoas que vivenciam o cotidiano das favelas, oferece uma ampla programação gratuita e voltada para todos os públicos, em especial, de favelas, periferias, ocupações e outros territórios nacionais, potencializando suas vozes, lutas e memórias. O Museu conta com o patrocínio da Unilever e Grupo CCR, apoio da Sabesp, cooperação da Unesco e parceria institucional da CUFA – Central Única de Favelas.

O Palácio dos Campos Elíseos (antigo Palacete Elias Chaves), situado na Avenida Rio Branco, foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Häusler, com construção iniciada em 1890 e finalizada em 1899 para ser a residência do cafeicultor e político Elias Antônio Pacheco e Chaves e sua família. O imóvel, dividido em quatro pavimentos, com uma área construída de aproximadamente 4.000 m², foi inspirado no Castelo de Écouen, na França. Em 1911, o palacete foi comprado pelo Governo de São Paulo, tornando-se residência oficial dos governadores. Após uma reforma de ampliação, em 1935 torna-se oficialmente Palácio de Governo até 1965, quando houve a transferência para o atual Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Durante os anos de 1967 e 1972, ficou fechado para restauro por causa de um incêndio que destruiu parte do edifício. O palácio foi tombado no ano de 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), sendo sede administrativa de diferentes secretarias e órgãos do governo até 2006, quando foi fechado novamente para seu segundo restauro. O Centro de Referência em Inovação do SEBRAE foi a última instituição que ocupou o prédio (2017-2019) antes do Museu das Favelas. 

O Museu das Favelas, ao ocupar o Palácio dos Campos Elíseos, símbolo de uma estrutura de poder segregacionista, anuncia esse novo momento em que vozes e pensamentos que são invisibilizados reivindicam o lugar que lhes é cabido na história e na cultura brasileira. Além de proporcionar mobilidade e acessibilidade de forma interconectada com demais regiões de São Paulo e outras cidades e estados, é simbólico, então, ter o equipamento cultural instalado neste antigo ícone da riqueza e do luxo para uma São Paulo “moderna”, em um projeto de “bairro modelo”. O museu não pretende apenas ocupar, mas ser ocupado. Assim, a instalação do Museu questiona, critica, tensiona os discursos, significados, narrativas, sentidos e símbolos prepostos, por meio da novamente destacada ocupação, reatualização e reconfiguração dos usos. Aqui – e não só – se faz  urgente  que outras narrativas e discursos possam tomar novo sentido. Além disso, tendo em vista o histórico de ocupação da região central da cidade, é estratégica a localização para que se possa fortalecer laços com grupos sociais que resistem para permanecer no local.

O Museu das Favelas tem como premissa máxima um trabalho de reparação social, por meio do protagonismo das pessoas de favela na gestão, na contratação de fornecedores, na criação de rupturas de narrativas, partindo da construção coletiva e compartilhada a ser constituída por meio do relacionamento com a vizinhança, do mapeamento constante de iniciativas que geram impacto social, cultural, econômico nas favelas, escuta ativa e visitas periódicas a espaços e organizações das favelas de São Paulo e do Brasil.

Parte de um local de pluralidade e diversidade de narrativas, que surge com a proposta de ser um ponto de encontro, de passagem, de acolhimento, um ambiente de pesquisa, preservação, produção e comunicação de memórias e histórias das favelas brasileiras. Ele constrói uma visão expandida que inclui também as vivências que partem de periferias, ocupações, assentamentos, regiões quilombolas, ribeirinhas, entre outras; espaços distintos, mas que compartilham histórias de segregação e resistência.

Trata-se de uma instituição que parte do passado, perfazendo o presente para contribuir com novos caminhos para o futuro, partindo do princípio de que os caminhos para mudança precisam passar pelas favelas, por suas manifestações culturais e pela potência dos que ali resistem, inovam e criam. E desta forma, busca ampliar o olhar, para além de uma imagem cristalizada do que é a favela e, também, do que é um museu. 

Diante disso, o Museu das Favelas dedica seus esforços à oferecer ao público um espaço de convivência, produção e acolhimento, abertos à proposição de grupos e coletivos das favelas, além de um potente programa de exposições e programação cultural, ações educativas, CRIA – Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca das Favelas e CORRE – Centro de Formação, Trabalho, Renda e Empreendedorismo.

Ao longo do ano de 2023, o visitante poderá conhecer e participar de atividades no jardim, e nas salas do piso térreo e inferior,  enquanto os pavimentos superiores são preparados para receber a futura exposição de longa duração e outras instalações.

A programação é gratuita, com funcionamento de terça a domingo, das 9 às 18hs. O Museu das Favelas está localizado no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, ao lado do Terminal de Ônibus Princesa Isabel. O acesso principal ocorre pelo portão na Rua Guaianases, nº 1024, mas é possível entrar também pela na Avenida Rio Branco, nº 1269. Não há estacionamento no local.

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