Em 27 de setembro de 1952, um acidente de carro, na Rodovia Presidente Dutra, no trecho entre as cidades de Taubaté e Pindamonhangaba, colocava fim na vida do cantor Francisco Alves, conhecido como “O Rei da Voz”, que faleceu carbonizado após a colisão com um caminhão, voltando de um show no Largo da Concórdia, no bairro do Brás, em São Paulo. Foi enterrado no Rio de Janeiro, e o seu velório teve mais de 150 mil pessoas.
Em 2022, nos 70 anos da morte do inesquecível, o Rei da Voz tem uma produção cinematográfica em andamento, contando a vida do cantor que lançou músicas como: Aquarela do Brasil, Boa Noite Amor, Céu-cor-de-rosa, Fita Amarela, entre outros clássicos da MPB.
O cineasta Dimas Oliveira Junior, que em 2015 dirigiu a cinebiografia do cantor Orlando Silva, com o ator Willian Mello, volta a investir no gênero, trazendo agora a vida de Francisco Alves para as telas em um longa-metragem protagonizado pelo ator Rafael Prando (Francisco Alves), com a participação de Luana Dias (Aracy de Almeida), Analice Pierre (Célia Zenatti), Alexia Annes (Ceci), Lú Monteiro (Dalva de Oliveira), Star Choc (Cartola), Joel Crozariol (Mister Evans), Natália Oliveira (Carmen Miranda, Marcello Motta (Orlando Silva), e no elenco: Alexandre Sean, Celso Melez, Dan Ricca, Isabela Prado, Vitoria Souza, Desiree Mussi, Brunno Branni.
O filme, que recebe o título de “Chico Viola, O Rei da Voz”, conta com a participação especial do ator Betto Marque (o Tonho da novela A Dona do Pedaço), que interpreta o jornalista da Revista O Cruzeiro, o polêmico David Nasser, amigo pessoal de Francisco Alves, o Chico Viola.
“É uma grande responsabilidade histórica e cultural, recriar em um filme, a vida de um dos maiores cantores brasileiros de todos os tempos, Francisco Alves, que é mais um dos esquecidos pela Memória Nacional. O roteiro do filme, foi trabalhado de uma forma a apresentar a vida do homem Francisco Alves, com seus anseios, dúvidas e a grande polêmica sobre o seu primeiro casamento com a prostituta Ceci, que durou nove dias, mas após a morte dele, ela entrou com um processo na justiça, exigindo a fortuna deixada pelo cantor, inclusive alegando ter tido dois filhos com o cantor, o que era uma mentira, pois Francisco Alves era estéril”, conta o diretor Dimas Oliveira Junior.
“Chico Viola, o Rei da Voz” tem a direção de fotografia do premiado cineasta Adriano Gomez, a preparação de elenco com o mestre João Tessari, a assistência de produção de Renata Rosa , trilha musical de Marco Aurélio e Rogério Gobbo, produção de platô de Rodrigo Patrício e a realização da Batom Produções e o Ponto de Cultura Magdalena Guisard, com gravações realizadas na cidade de Pindamonhangaba (SP), São Paulo e Rio de Janeiro.
“Só existe um filme sobre Francisco Alves, realizado em 1955, ‘Chico Viola não Morreu’, com o ator Cyll Farney, mas trata-se de uma biografia romanceada, sem muitos aprofundamentos reais sobre a vida de Francisco Alves. Esse nosso filme mostra o homem por trás do mito do cantor, além de revelar detalhes de como Francisco Alves chegou a gravar Aquarela do Brasil, que tinha sido destinada à cantora Aracy de Almeida, entre outros aspectos desconhecidos da vida do Rei da Voz, e também a curiosidade de por um certo período , Francisco Alves ser de uma gravadora e gravar também em outra, com o nome de ‘Chico Viola’, nos anos 20. São muitas curiosidades que compõem o roteiro do filme. O ator Rafael Prando, que interpreta Francisco Alves no filme, passou por um processo intenso de estudos, para poder viver o cantor, inclusive com relação a transformação da aparência física e os estudos intensivos para cantar/dublar as músicas de Francisco Alves”, completa Dimas.
O filme “Chico Viola, O Rei da Voz”, terá sua estréia em São Paulo e Rio de Janeiro, passando após isso, para um caminho de Festivais de Cinema Nacionais e Internacionais.