O cantor e compositor Viegas chegou, na noite desta quarta-feira, 23 de março, com o segundo álbum, intitulado “Conexão”. Em mais de 15 anos de carreira musical, o artista apresenta o novo projeto recheado de parcerias, como Maneva, Tati Portella e muitos outros nomes que integram um círculo de relações e referências do cantor.
Como o próprio título sugere, “Conexão” surgiu a partir de um momento de reflexão e internalização de Viegas, que passou a buscar uma leveza, tanto no trabalho autoral, quanto no cotidiano. Principalmente durante o período pandêmico, o cantor começou a tocar violão e teclado quase todos os dias em casa e compor sobre diferentes temas, relacionados a sua essência e conexões pessoais. Nesse período, acabou com mais de quarenta músicas escritas e pediu ajuda dos amigos para selecionar as oito faixas que entraram para o repertório.
“Tanto como ser humano quanto como profissional, cheguei em um momento mais conectado com a essência da arte e comigo mesmo. Nesse projeto, compus sobre o que eu sentia e queria falar, das minhas conexões. São músicas que eu fiz de forma leve, sem pressão e do jeito que eu queria”, revela Viegas.
Com referências na musicalidade brasileira, desde Gilberto Gil a Jorge Ben, Viegas buscou uma sonoridade que traduzisse os sentimentos das letras nas canções. As conexões e relações também deram origens às colaborações do projeto. Na produção de Bruno DuPre junto à banda Brasa Ativa, que acompanham artistas como Rael, o disco ainda conta com as participações em seis das oito faixas. Os indicados ao Grammy Latino 2021, Maneva, colaboram com Viegas em “Posso Ser”, enquanto o renomado técnico técnico vocal Isabeh se une ao artista e a Dow Raiz, que já produziu com grandes nomes como Tropikillaz, em “Baú com Ouro”.
“Quando eu Acordei” conta com parceria do cantor Jota.pê, participante do The Voice Brasil em 2017, “Só Quem Pode” traz Daniel Yorubá, cantor e irmão de Rael, e a faixa “Só Liguei” com o músico Jhef. Completando o repertório, estão o single lançado anteriormente, “Pra Voar”, e a inédita “Você Sabe Bem”.
O álbum chega acompanhado do videoclipe da faixa “Outras Vidas”, em parceria com Tati Portella, ex-vocalista do grupo Chimarruts, tanto na composição quanto nos vocais. A letra aborda a sintonia em uma relação de companheirismo e lealdade que traz leveza e a força de uma conexão que perpassa a outras vidas. O clipe foi gravado em Campos de Jordão, São Paulo, e acompanha imagens aéreas da paisagem e a presença dos dois artistas. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=5LAR0rL4pOM
“Gosto muito do timbre da voz da Tati, é uma honra trabalhar com uma artista que eu admiro e que sempre ouvia na rádio. Tê-la como parceria na música e também na composição só tornou essa faixa mais especial, com mais essa conexão”, comenta Viegas sobre a parceria.
”Eu já trabalhei com várias pessoas, mas com Viegas foi muito especial. A gente já tinha uma amizade, um torcia muito pelas conquistas do outro, e aí veio o momento de a gente fazer uma música juntos. Ele me mandou a canção, me identifiquei na hora. Tenho certeza que as pessoas vão gostar da junção da minha voz com a do Viegas”, afirma Taty Portella sobre sua parceria com o cantor.
O segundo álbum da carreira do artista chega através do Edital de Apoio à Criação Artística – Linguagem Reggae, que Viegas ajudou a colocar em vigor pela sua relação com o movimento musical. Com mais de 15 anos na música, o artista lançou dois EPs e seu primeiro disco em 2015, intitulado “Alquimia Sonora”, junto a um documentário sobre o projeto “Viver é Acreditar”.
Confira a tracklist do álbum:
1. Posso Ser (feat. Maneva)
2. Baú com Ouro (feat. Dow Raiz e Isabeh)
3. Outras Vidas (feat. Tati Portella)
4. Quando eu Acordei (feat. Jota.Pe)
5. Só Quem Pode (feat. Daniel Yoruba)
6. Só Liguei (feat. Jhef)
7. Pra Voar
8. Você Sabe Bem
Ficha Técnica:
Cantor – Viegas
Produzido por: Bruno Dupré
Mix e master por: Sergio Santos
Captação de áudio: Hataka Studios por Fábio Hataka
Auxiliar técnico: Hataka Studios por Diogo Alemão
Rato Bass – Contrabaixo
Muka Bras – Bateria
Bruno Marcucci – Teclado
André Mitsuoka – Trombone
Edu Ferreira – Trompete
Bruno Dupré – Violão
Raphael Coelho – Percussão Geral
Srta Paola – Backing vocal
Felipe de Souza Oliveira – Guitarra
Diego Mana – Percussão
Faixa a Faixa de “Conexão”, nas palavras de Viegas:
- Posso Ser – “Um dia, no estúdio do Maneva, eu estava mostrando algumas músicas para o Deko, que é um dos compositores deles, e o Thales, vocalista, ouviu, curtiu o som e comentou: ‘Essa música seria muito massa com o Maneva’, e eu que sou muito fã dos caras disse, ‘Vamos pra cima!’. A letra dela fala sobre um casal que começa a se relacionar e estão vivendo uma relação muito legal. Só que uma dessas pessoas carrega alguns traumas e medos, e tem um certo receio de se entregar, enquanto a outra pessoa está totalmente disposta a fazer de tudo para o parceiro se sentir bem na relação. E ela fala, ‘posso ser o seu amor por essa noite / ou quem sabe posso até ficar se você deixar / mas cê tem que acreditar que o amor existe’. E aí ela vai descrevendo essa história.”
- Baú com Ouro – “Ela conta com duas participações. Uma é o Dow Raiz, que é um cara sensacional. Eu tive a oportunidade de o conhecer quando eu viajei para Floripa. Eu acompanho o trabalho dele, ele tem uma linguagem muito forte dentro do rap e do reggae. E quando eu comecei a escrever a música, senti que tinha um trecho que combinava com ele, então chamei e ele aceitou. Depois, quando escrevi o refrão, senti que precisava de um ‘blues man’, e me lembrei de um cara com quem fiz aulas de canto, o Isabeh. Quando eu propus, ele aceitou na mesma hora. É uma música que questiona a relação de tempo, esse lema ‘tempo é dinheiro’. Na minha visão, tempo é vida. E aí vem esse questionamento: se a vida é um tesouro e esse tesouro é feito de moedas de ouro, quantas moedas você ainda tem? Quanto tempo você ainda tem? O que você tem feito com a sua vida? O que você tem feito com o seu tempo? O que você tem feito com seu tesouro?”
- Outras Vidas – “Essa faixa foi a primeira a ser decidida como parte do álbum. A princípio, o nome dela era ‘Conexão’, e depois alteramos. Ela fala sobre uma relação entre duas pessoas que tem tanta afinidade, entrega, companheirismo, sentimento e carinho, que causa a impressão de que é impossível que esse amor acabe aqui, nessa passagem, sendo algo para além de outras vidas. Eu sentia que precisava de um dueto. Conheço o trabalho da Tati Portella há bastante tempo, desde a época que ela era do Chimarruts, e eu sempre achei a voz dela muito doce e bonita. Conforme a gente foi pegando uma amizade, eu a convidei para participar, e ela topou. Nos encontramos pessoalmente em São Paulo para gravar a música e o videoclipe. E a música ficou muito bonita.”
- Quando eu Acordei – “Essa faixa retrata um momento em que estava vivendo uma relação muito especial, e acordava pensando nessa pessoa, lembrando de tudo que a gente viveu na noite anterior, o quão especial foi. Pra essa faixa, trouxe um artista que conheci pela Internet, o Jota.pê. Quando eu estava no confinamento antes de entrar no ‘No Limite’, cantando essa letra percebi que ele se encaixaria para colaborar comigo. Quando eu saí do reality, eu o convidei, ele ouviu a música e topou. Ele gravou também o violão e colocou aquela voz maravilhosa dele. Sou suspeito pra falar, mas a faixa ficou com uma leveza maravilhosa.”
- Só Quem Pode – “É uma faixa que vem trazendo uma reflexão. Tem dias que a gente acorda um pouco mais fraco, mais chateado, mais reflexivo, pensando se o caminho que a gente está seguindo é o caminho certo. No refrão eu trago o que acredito: aquilo que você planta é aquilo que você colhe, e cada fruto tem o seu tempo certo para ser colhido. Então, quando você acredita nisso de verdade, você continua acreditando que vai dar certo. Para essa faixa eu tenho a honra da participação do Daniel Yorubá, um cara que eu acho talentosíssimo, com um trabalho incrível, uma voz e um violão que eu curto bastante. Ele compôs o próprio trecho e trouxe uma outra perspectiva para uma mesma ideia que eu achei muito legal.”
- Só Liguei – “Essa faixa é um desabafo. Eu sou um cara que muitas vezes entra no estúdio para gravar uma música e acaba esquecendo o mundo lá fora e de avisar as pessoas. Esquecia de avisar que dali a pouco estaria a caminho, e a pessoa não sabia o que estava acontecendo comigo, não sabia se eu precisava de ajuda. Então eu abordo essa situação: ‘hoje eu esqueci de ligar para você e de mandar uma mensagem, mas agora acabei o meu trabalho e eu quero ficar com você e vou te dar toda a atenção do mundo’. Às vezes estamos imersos dentro de um trabalho e acabamos esquecendo das pessoas que gostam da gente, que se importam com a gente. Eu tive a honra da participação do Jhef, que conheci pela Internet, fiz o convite para ele e ele gravou a participação. Ainda não nos conhecemos presencialmente, infelizmente. Mas ele é bom demais.”
- Pra Voar – “É uma música muito especial para mim, tanto por ter sido a primeira faixa que eu lancei do álbum, quanto por ser baseada numa história que eu vivenciei, de um momento em que eu estava desacreditado de encontrar alguém e ter uma relação, até que eu conheci uma pessoa que me fez acreditar de novo. Me deu essa sensação de voar, de me sentir bem, e eu dizia para a pessoa ‘É muito massa o que a gente está vivendo, você me faz feliz, não solte a minha mão, não quero cair’. Eu tive um feedback muito positivo por parte do público, então agradeço demais por tudo que eu vivenciei com essa música. Tive a honra da participação da Elana Valenária no clipe, que é uma pessoa sensacional.”
- Você Sabe Bem – “A música que encerra o disco fala da relação de um casal que se insere em um jogo de sedução e entrega, enquanto se coloca em um impasse: não quero me envolver, eu fiz várias coisas para tentar manter uma distância de segurança, mas você me atrai pela maneira que fala comigo, que age comigo, a forma de você me deixar solto. E você sabe como fazer essa parada de um jeito que eu acabo me envolvendo, que eu gosto. Então a música fala disso. O cara que não queria se envolver acabou se envolvendo. O golpe tá aí, cai quem quer.”
Créditos: Melina Tavares