De médica veterinária à atriz: enfrentou uma depressão severa e reencontrou no teatro uma nova paixão
Nascida no Mato Grosso do Sul, Sarah Garcia Ferreira se graduou em Medicina Veterinária e trabalhou por três anos na área clínica e cirúrgica de pequenos e grandes animais. Também era responsável técnica pela inspeção de estabelecimentos que comercializavam produtos de origem animal, enquanto conciliava sua carreira com a segunda graduação em artes cênicas.
Após enfrentar períodos sombrios e turbulentos de depressão profunda, Sarah teve de encarar uma nova realidade: adquiriu, como sequela do tratamento, um tremor nas mãos, membros essenciais para a execução do trabalho como médica veterinária. Desmotivada e de mãos atadas, Sarah precisou buscar um novo propósito em sua vida e buscar uma maneira de superar os obstáculos.
As artes cênicas salvaram a atriz, que atualmente tem 30 anos. Quanto mais se aprofundava nas teorias e técnicas performáticas, mais estímulo tinha para viver. A arte a transformou, e assim decidiu iniciar sua incrível jornada como atriz. O hobby atingiu um novo patamar e se ressignificou: se tornou um ofício e oxigênio.
Sua dedicação e resiliência a levaram ao Rio de Janeiro. Iniciou os estudos na Escola de Atores Wolf Maya, conciliando os estudos com trabalhos de figuração na Rede Globo e Rede Record para conseguir custear seus estudos e se sustentar. Havia tido experiências em produções teatrais e audiovisuais, mas foi no Rio de Janeiro que de fato intensificou o vínculo com os palcos e câmeras quando foi aprovada para participações de elenco em novelas, comerciais, séries e filmes.
A pandemia virou o seu mundo de cabeça para baixo, pois o setor artístico foi o primeiro a ser afetado e o último a se reestruturar. Retornou para casa e reiniciou a faculdade de Artes Cênicas, focando os estudos em projetos culturais e leis emergenciais, como a “Lei Paulo Gustavo”. Ao retornar para a sua cidade, não apenas retomou seus estudos, mas também assumiu um papel fundamental na gestão cultural do município. Apresentou o projeto ao Governo Municipal, apontando a necessidade de aderir tais leis e garantir o direito dos artistas locais afetados durante o período pandêmico.
“Os projetos para 2024 são inéditos, não alcancei meu sonho ainda que é protagonizar séries, novelas e filmes nacionais, mas estou me dedicando, estudando e trabalhando para chegar lá. Enquanto isso, sigo incentivando e influenciando as crianças, jovens, adultos e idosos da minha cidade a persistirem em suas carreiras culturais, oferecendo de forma gratuita cursos, oficinas e treinamentos com recursos próprios do governo municipal destinados a cultura e leis de incentivo”, pontuou.
Como diretora de cultura da Fundação de Cultura, Esporte e Lazer, Sarah busca fomentar ó conhecimento local e inspirar outros a perseguirem seus sonhos. Seu compromisso em oferecer oportunidades e incentivar a realização de projetos culturais demonstra um profundo amor pela arte e pela comunidade.
“Temos artistas brilhantes em Rio Brilhante, interior do Mato Grosso do Sul, e quero que eles tenham reconhecimento, sim, mas principalmente a sensação de ver seus sonhos que pareciam impossíveis sendo realizados! Estudar muito! Trabalhar duro e reconhecendo a desigualdade social e o perigo da generalização do pensamento meritocrático, mas visando ter uma carreira estável e duradoura. Pois é isso que curou minha depressão! É isso que dá vontade de viver! Pra ver pessoas felizes e realizando sonhos! Acreditando e tendo certeza que é possível superar dificuldades cada um no seu tempo”, finalizou.
A história de Sarah Ferrero destaca a importância da resiliência, paixão e propósito na busca por uma vida plena.