Em uma fusão de identidades musicais ousadas e autênticas, o álbum – de um artista português e de um artista brasileiro – faz uma provocação à norma e combina toques eletrônicos e jazzísticos com a riqueza orgânica da MPB
Ouça aqui: https://open.spotify.com/intl-pt/album/1w6c9fMGNyTgcZB4SqC07W?si=pjm4lh-ORHSnFW-CmBhLrA
Em uma fusão de identidades musicais ousadas e autênticas, os artistas Janeiro, de Portugal, e Paulo Novaes, do Brasil, unem forças para criar uma obra única – “Protocolar VOL II.” Este disco, composto por 11 faixas, transcende os limites tradicionais, guiando os ouvintes por uma jornada profunda de autodescoberta.
“Protocolar VOL II” não é somente um álbum, mas uma provocação à norma fundamentada em duas frases que ecoam ao longo da obra: “se não viver, nunca vai saber” e “tem vida lá fora.”
“Ambas as frases refletem esta proposição de questionamento sobre a nossa própria realidade e o nosso cotidiano, trazendo as pessoas para refletirem sobre a necessidade que existe, atualmente, de olhar para fora do seu lugar-comum. É também uma proposta de um olhar para fora das telas dos celulares, que tanto nos tiram do momento presente”, destacam.
O registro combina os tons eletrônicos e jazzísticos do português Janeiro com a riqueza orgânica da música brasileira de Paulo Novaes, influenciada pela MPB e diversos outros ritmos tradicionais do seu país.
Gabriel Alterio faz participação especial e assume a bateria de algumas das canções. A mixagem é de Tó Brandileone e a masterização de Maurício Gargel.
Além dos videoclipes já lançados para “Vida Lá Fora” e “Pé na Areia”, o álbum inclui visualizers para todas as outras composições, criados por Daniela Gandra, videomaker e fotógrafa, e Guilherme Cabral, fotógrafo.
“Protocolar VOL II”, que já está disponível em todas as principais plataformas digitais, segue entre as referências criativas trabalhos como MOTOMAMI, da Rosalía, a sonoridade guitarrística do John Mayer, a obra solo do Thom Yorke, que tem uma abordagem mais mântrica e eletrônica, além de Weightless (Ambient Transmission Vol 2) e também Partido Alto, de Douglas Germano e Batuqueiros e Sua Gente.
A “INTRO” é um convite ao ouvinte para iniciar viagem no álbum através de um mantra com a primeira frase que resume e apresenta o conceito do disco “Se não viver, nunca vai saber”. A parte instrumental possui diversos samples de sons da natureza processados acompanhados uma base etérea que navega por sob uma frequência, que aparece novamente em várias outras faixas do álbum.
SE NÃO VIVER
O mantra ouvido na intro do disco se desenvolve na canção “Se não viver”, que amplifica e expande a ideia proposta por Janeiro e Paulo Novaes. Além de provocar a ideia de vivermos experiências e criarmos vínculos e relações fora do nosso lugar comum, a canção também fala do tempo presente e de como as novas tecnologias nos afastam desse momento.
PÉ NA AREIA
“Pé na areia”, segundo single do álbum, é uma canção mântrica que começa logo no refrão, que em dado momento é interrompido por uma crítica social sob uma base eletrônica. Este momento nos faz refletir sobre o ambiente urbano que vivemos e também sobre os reflexos da globalização estandardizada que nos leva a pensamentos e mentalidades normativas.
A CONVERSA 1
Primeiro momento de improviso musical com Paulo Novaes no baixo, Janeiro na guitarra e Gabriel Alterio na bateria. A ideia foi propor um diálogo musical improvisado e livre entre os músicos.
O QUE É VIVER
Ao contrário da mensagem leve e de esperança que a canção “Vida lá fora” apresenta, “O que é viver” traz a mesma frase porém com uma abordagem mais agressiva e contestadora. Sob a célula rítmica do Maracatu, a canção faz um jogo de palavras sobre o mistério do que é viver e que deságua no mantra “Tem vida lá fora”.
A CONVERSA 2
Segundo momento de improviso musical com Paulo Novaes no baixo, Janeiro na guitarra e Gabriel Alterio na bateria. A ideia foi propor um diálogo musical improvisado e livre entre os músicos.
VIDA LÁ FORA
Vida Lá Fora” expressa o que ambos estiveram a viver desde a criação do álbum “Protocolar, Volume 1”, projeto que têm em conjunto e que une Portugal ao Brasil. A ideia de investigar novas possibilidades de produção musical com o olhar sob uma perspectiva para fora do seu lugar comum, permitiu-lhes fazer uma leitura do mundo ao seu redor resultando numa mescla entre a canção portuguesa e a MPB.
Janeiro e Paulo Novaes partilham que “existe Vida Lá Fora, uma procura de encontrar modos de vida mais conectados com a essência natural das coisas, com o meio que nos rodeia, tentando libertar-se da desconexão que a tecnologia nos impõe no mundo de hoje em dia – quebrar o protocolo é, no final das contas, ser, com as três letras da palavra.”
LUZ ESTELAR
“Luz Estelar” é uma canção que se traduz numa dicotomia temporal, começando com uma harmonia e melodia mais clássica que se junta a uma letra também ela mais tradicional. Em um dado momento há uma desconstrução da forma e do tempo que deságua num beat eletrônico com um refrão baseado na frase “Se não viver, nunca vai saber” que se desenvolve em um longo improviso, quase como uma brincadeira entre Janeiro e Paulo Novaes.
A CONVERSA 3
Terceiro momento de improviso musical com Paulo Novaes no baixo, Janeiro na guitarra e Gabriel Alterio na bateria. A ideia foi propor um diálogo musical improvisado e livre entre os músicos.
OXUM
No local onde compuseram o projeto havia uma cachoeira na qual se inspiraram para criar o mantra/canção em homenagem à Oxum, orixá das águas doces. A sonoridade leve sob a base rítmica inspirada no ijexá, segue em mantra até desaguar num final doce e improvisado.
(A)FINAL
A canção mais rock do álbum traduz indagações e incertezas sobre a vida mas se transforma numa outra estética ao culminar num eterno acorde de sol maior, que fecha o disco em clima de esperança e ao mesmo tempo a eterna dúvida sobre o mistério que é a vida.