O cirurgião Guilherme Berenhauser Leite fala sobre como funciona, as vantagens e recuperação
A técnica conhecida por Cirurgia Robótica existe há mais de 20 anos, mas está em sua fase inicial aqui no Brasil. Segundo o cirurgião especialista, Doutor Guilherme Berenhauser Leite, ela é uma forma avançada, minimamente invasiva e que utiliza robôs para realizar procedimentos, mas que não trabalha sozinha. Ou seja, o robô é operado pelo médico responsável por fazer a cirurgia.
“O robô não atua de forma autônoma, ele é uma ferramenta avançada controlada pelo cirurgião, funcionando como uma extensão dos seus braços. Sua função é proporcionar uma cirurgia mais precisa e menos traumática para o paciente”, explica Dr. Guilherme Berenhauser Leite, que aproveita para acrescentar que todas as decisões e ações são tomadas pelo cirurgião.
A tecnologia robótica possibilita uma ampla gama de cirurgias, desde as simples até as mais complexas, mantendo sempre a abordagem minimamente invasiva. Isso resulta em maior precisão, estabilidade e visibilidade, contribuindo para cirurgias mais seguras e eficazes, com a supervisão direta e intervenção contínua do médico. E uma das maiores vantagens é que esse procedimento permite aumento na precisão, amplitude de movimentos e maior controle durante as cirurgias.
“Além disso, as imagens geradas no console do cirurgião são em 3D, permitindo uma visualização mais clara do local em comparação com técnicas tradicionais. A cirurgia robótica possibilita a realização de procedimentos delicados e complexos. É um procedimento com inúmeros benefícios”, diz o médico, que lista eles: “Menos complicações, como infecções no local cirúrgico; Maior precisão e amplitude de movimentos; Melhor visualização do campo cirúrgico, com imagens em 3D, disponibilizadas no console do cirurgião; Menor dor e perda de sangue; Período hospitalar reduzido e recuperação mais rápida e cicatrizes menores e menos evidentes”.
Segundo Guilherme Berenhauser Leite, existem vários tipos de áreas nas quais são realizadas cirurgias usando a assistência robótica, sendo elas:
Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo: Engloba diversas intervenções, como cirurgias abdominais e de parede abdominal.
Ginecologia: Aplicada em histerectomias e miomectomias, por exemplo.
Urologia: Usada para procedimentos como prostatectomias.
Cirurgia Cardiovascular e Torácica: Utilizada em procedimentos cardíacos e pulmonares.
Cirurgia Colorretal: Aplicada em operações no cólon e reto.
“Alguns dos sistemas robóticos utilizados incluem o da Vinci Surgical System, um dos mais conhecidos, e utilizado por nossa equipe. Com eles realizamos os mais variados tipos de cirurgias, dentre elas, a Correção da Diástase Abdominal, Correção de Hérnias Abdominais, Cirurgias Oncológicas e do Aparelho Digestivo. Cada sistema possui características específicas e é escolhido com base nas necessidades do procedimento e preferências do cirurgião. Podemos citar também as plataformas Hugo Ras, Versius, Mako (cirurgias ortopédicas), entre outros”, acrescenta o médico.
Quando o assunto é recuperação, geralmente há diferenças significativas entre uma cirurgia robótica e uma cirurgia tradicional. Na cirurgia robótica, devido à abordagem menos invasiva com pequenas incisões. “Menor dor no pós-operatório, por ser uma cirurgia menos invasiva; O tempo de recuperação é bem mais curto, devido à redução do trauma nos tecidos circundantes; Menos complicações, tais como infecções; E melhores resultados estéticos, com uma correção mais precisa”, finaliza.