Atrizes Adriana Ferreyr e Jennifer Aniston também congelaram os óvulos; entenda o procedimento

Artistas gostariam de ter tido informações sobre o processo quando mais novas

Os 40 anos se aproximam e, com eles, uma preocupação para parte das mulheres: ser ou não mãe? Entretanto, o temor relacionado ao relógio biológico feminino tem sido menor graças à tecnologia do congelamento de óvulos, que tem se tornado popular graças a famosas como as atrizes Adriana Ferreyr, Jennifer Aniston e Grazi Massafera. Foi o que aconteceu com Adriana, que viveu a vilã Vanessa, da telenovela Marisol.

Neste momento, Adriana, hoje com 40 anos, não tem um parceiro, mas quer ter a opção de ter um filho biológico se encontrar a pessoa certa no futuro. “Os homens têm essa escolha, e as mulheres frequentemente sentem-se pressionadas a entrar em relacionamentos apenas para evitar o relógio biológico”, opina Adriana.

A idade da mulher exerce uma influência significativa na qualidade dos óvulos, já que quanto mais jovem, melhor a qualidade. Muitas mulheres não têm conhecimento de que, após os 39 anos, a probabilidade de conceber uma criança diminui consideravelmente. Por exemplo, uma mulher com menos de 35 anos tem uma chance de 49,6% de ter um filho através de fertilização in vitro (FIV), enquanto uma mulher entre 38 e 40 anos tem uma chance de apenas 24,8%, e aquelas com mais de 42 anos têm apenas 2,4%. 

Foi pensando no relógio biológico o alerta feito pela atriz Jennifer Aniston (54), no ano passado. Sem ter conhecimento do congelamento de óvulos, Jennifer contou que gostaria que tivesse sido orientada sobre esse procedimento quando era mais nova. Embora muitas pessoas desconheçam, os óvulos são mais frágeis e têm uma taxa de sucesso menor quando comparados aos embriões quando congelados. Eles podem ser mais facilmente danificados durante o processo de descongelamento em comparação com os embriões. 

Adriana também tem uma queixa parecida. Ela não se arrepende do procedimento mas gostaria de ter tido a oportunidade de fazê-lo mais cedo. Quando congelou os seus óvulos, com 39 anos de idade, as chances de sucesso eram muito menores do que se tivesse congelado mais nova. “Por esse motivo, eu fiz o procedimento duas vezes, mas isso não garante o sucesso, apenas aumenta um pouco as minhas chances por ter mais óvulos congelados. Eu gostaria muito de ter tido essas informações quando era mais jovem. Com certeza teria congelado meus óvulos quando estava na casa dos 20 anos”, avalia.

Portanto, congelar óvulos não garante que uma mulher será capaz de ter filhos no futuro, mas oferece uma oportunidade. Muitas mulheres, mesmo cientes do risco de que o processo pode não funcionar, sentem-se satisfeitas com essa escolha, já que pelo menos têm a sensação de terem feito o possível e mantém a esperança.

PROCESSO DESAFIADOR

Adriana conta que o período que antecedeu o procedimento foi bastante estressante. “Pesquisar todas as informações e compreender tudo pode ser desafiador, embora o procedimento em si seja simples e indolor”. Ela afirma que as injeções são fáceis de administrar e não apresentam efeitos colaterais, e que o processo de coleta de óvulos também não causa dor. “Fui sedada, não percebi e senti nada, e o procedimento em si dura no máximo 15 minutos. Foi muito tranquilo”.

Ela aproveita para acrescentar que, por outro lado, conhece mulheres que tiveram uma experiência diferente e se sentiram muito mal por conta de todos os hormônios. “Uma amiga minha sofreu com hiperestimulação ovariana e teve uma experiência muito desagradável por causa disso. É importante não tomar doses muito altas de medicamentos, pois há um pequeno risco de hiperestimulação ovariana, que é  uma complicação rara da fertilização in vitro (FIV). Ela ocorre em mulheres que são muito sensíveis aos medicamentos de fertilidade usados para estimular a produção de óvulos”. Apesar das dificuldades, ela conta que não se arrepende do processo.

“É complicado, mas é um recurso válido para que as mulheres possam ter a oportunidade de serem mães quando se sentem mais preparadas. Nós, enquanto mulheres, devemos lutar para que esse procedimento seja mais acessível a todas, independentemente de condição financeira”, conclui.

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