A artista brasileira apresenta composições inéditas em “Cantos para Transições” após 12 anos de processo criativo associados à regeneração e à cura
Cantora, compositora, performista, educadora de práticas de regeneração no campo social, a artista interdisciplinar K Sea Ya inicia sua jornada musical com a produção em curso do álbum autoral “Cantos para Transições”. O single “Crisálida”, que abre o álbum, estará disponível nas principais plataformas de streaming a partir de 13 de outubro (sexta-feira). Já o clipe, será apresentado ao público em seu canal no Youtube previsto para 1 de novembro.
Segundo a autora, a canção “é o rito zero, a introdução sobre os ritos do vir a ser ao conceito Interser, ou seja, o florescimento de uma consciência de um ser humano ecossistêmico”: “Em um momento em que o mundo está ávido por conteúdos significativos, ‘Crisálida’ é um chamado à transformação da consciência humana e planetária através do indivíduo e seu campo interior. A obra é um manifesto para florescimento”, compartilha a artista.
O nome autoexplicativo crisálida é um estado intermediário que insetos como borboletas e mariposas se desenvolvem. – uma metáfora para a transformação, de algo embrionário, latente, pronto para emergir desde sua essência a uma nova forma. K Sea Ya traz canções autorais sobre a vida na era do Antropoceno que é descrita pelos estudiosos como a atual era geológica influenciada pelo impacto das ações humanas nos ecossistemas da Terra.
Ainda em produção, o EP é inspirado nos temas que envolvem o que a artista observou dos ritos de transição da sua própria vida e sua caminhada de autoconhecimento. O álbum “Cantos para transições” originou-se da série de performances ORI (Oito Ritos Iniciáticos), mas a consciência da série partiu de uma reflexão durante a pandemia com a orientação do curador, jornalista e escritor Paulo Klein.
“Crisálida é um despertar da memória. De questões existenciais de quem sou, e pra onde vou. (…) essas foram as molas propulsoras da minha expressão criativa, a transformação interior e do momento que vivemos coletivamente”, conta.
Dueto com João Amorim, cordas do “Quadril”, arranjos e produção de Caito Marcondes.
“Crisálida” é a canção de abertura do álbum com participação de João Amorim, em um dueto. O jovem ator e compositor é considerado uma “alma irmã” para a musicista e foi quem esteve presente desde a concepção desse single.
A produção musical, assim como percussão e arranjos, são do músico erudito-popular Caito Marcondes. O single conta ainda com a participação do quarteto de cordas “Quadril”. O videoclipe está em produção, dirigido pela própria artista, que visa trazer uma estética folk-futurista, com referências às origens brasileiras. O lançamento do clipe está previsto para 1 de novembro no Youtube.
Origens e influências para “Crisálida” e o EP “Cantos para Transições”
K Sea Ya é fundadora e facilitadora de práticas da Incubadora Artcura junto a um coletivo de artistas, educadores, além de mentores das artes, filosofia Integral e Perene. A plataforma tem o propósito interdisciplinar comum de educar os cocriadores aos “futuros desejáveis”. Multidisciplinar, a performer-compositora chegou à criação dessa faixa, que acompanhará mais sete em seu EP, depois de 12 anos desenvolvendo um corpo performático, além de estudos e pesquisas sobre a arte e as práticas regenerativas no Brasil e nos Estados Unidos, onde reside desde 2015 na Califórnia.
Conhecedora e praticante ainda das filosofias orientais como o Budismo desde 2008, ela incorpora nas suas práticas educativas, vocais e expressivas o Interser (neologismo do mestre budista vietnamita Thich Nhat Hanh nomeado para o Prêmio Nobel da Paz).
K Sea Ya também é pupila de Silvia Nakkach, compositora indicada ao Grammy® e reconhecida pelo método Yoga da Voz de quem recebe mentoria desde sua chegada a São Francisco, quando cursou o California Institute of Integral Studies (CIIS) em um módulo de certificação para utilização da música em processos terapêuticos com influências culturais xamânicas, orientais e de estudos científicos sobre o uso do som em terapias.
Outra vivência da artista é a dança, que gerou uma preparação do corpo e o reconhecimento de um “corpo atuante e memória viva”: “Conheci a técnica Silvestre em São Francisco, mas foi em Salvador (BA) que me aprofundei com as instruções de Rosângela Silvestre (criadora da técnica) e a Vera Passos (cocriadora)”, diz K Sea Ya, que também visitou locais de conexão com a memória ancestral do Brasil, onde conheceu as comunidades, suas culturas e histórias.
“Nos Estados Unidos, conheci o movimento da dança contemporânea e performance com uma profundidade ritual e terapêutica com Anna Halprin. Com Anna, aprendi a criar uma metodologia e estruturar o que eu já vinha desenvolvendo na performance desde o Brasil”, finaliza.