A transição da alimentação líquida para a sólida é uma fase bastante delicada no desenvolvimento infantil. Quando o assunto é mastigação e educação alimentar, muitos pais não estão cientes dos riscos que seus pequenos correm.
Há alguns dias, a morte de uma criança de três anos de idade ao ingerir uma uva chocou o Brasil. O engasgo foi um dos assuntos mais falados nas redes sociais, e profissionais da área da saúde alertaram pais sobre a importância de uma avaliação de um fonoaudiólogo para garantir a segurança e o bem-estar infantil.
“É imprescindível que a criança passe por uma avaliação fonoaudiológica antes dos pais lhes oferecerem qualquer alimento da introdução alimentar. Precisamos analisar minuciosamente a força da mastigação, como essa criança respira e verificar o desenvolvimento neuropsicomotor”, destacou doutora Joseane Bouzon.
Pais, mães, parentes e cuidadores precisam estar atentos e devidamente treinados para socorrerem as crianças em caso de engasgo, Dra. Bouzon destacou em um reel do seu Instagram. “O ideal é cortar os alimentos sempre de forma longitudinal e em vários pedaços. Se for uma uva, cortes em quatro facilitam a mastigação, respiração e controle da deglutição”, continuou a mestre e doutoranda em Distúrbio Oromiofuncional pela Universidade Federal da Bahia.
Além de ajudar a prevenir acidentes, a avaliação fonoaudiológica identifica problemas de desenvolvimento que podem afetar a mastigação, sucção ou deglutição, assim como dificuldade durante a articulação da fala. Ao identificar um problema, o profissional recomendará o tratamento mais adequado para que a criança se desenvolva de forma saudável.