dadá Joãozinho atravessa o tempo e o espaço em ‘Ô Lulu’

Com uma narrativa onírica e uma elegante fusão de estilos musicais, single, que chega acompanhado de videoclipe, antecipa o primeiro disco solo do artista
Ouça e assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=4VRp5Z9iAro

dadá Joãozinho, persona do artista multimídia João Rocha, esquenta para a estreia do seu primeiro álbum solo com videoclipe para a inédita “Ô Lulu”. O projeto, disponível em todas as plataformas digitais, desenha uma jornada sonora e cinematográfica que atravessa o tempo e o espaço, São Paulo e Niterói. Com uma narrativa onírica e uma elegante fusão de estilos musicais, faixa combina elementos de punk, reggae e pop.

“Ô Lulu” foi escrita por  dadá Joãozinho logo após sua mudança para São Paulo, capturando de forma ácida tanto a sua experiência marcante de deixar sua cidade natal, Niterói, quanto a imersão nas paisagens suburbanas do dia a dia paulistano.  A letra, com camadas densas, viaja no tempo, misturando memórias de casa, do mar e da própria perspectiva do novo, onde o antes e depois se confundem.

“Canto sobre a busca por conexão, dentro desse contexto das megalópoles, com todas as contradições e demandas que isso inclui. O fator moeda não sai do jogo na história desse trabalho, atravessa a vida toda, e os fluxos que isso implica. Falo sobre a saudade que tanto sentimos quando deixamos nossa casa pra vir achar algo novo nessa cidade e em outras capitais no mundo”, destaca.

No videoclipe, dirigido por Miguel Gil, João Rocha e Coisa, as narrativas propostas pelo músico são ampliadas. Cena a cena, São Paulo e Niterói se misturam e os espectadores são levados em uma jornada visualmente deslumbrante, saltando de uma cidade para outra em busca de encontros e ligações reais. A concepção criativa do vídeo reflete a experiência do próprio dadá Joãozinho em suas subjetividades, deslocado em uma metrópole e explorando a fluidez. “O tempo dos sonhos me interessa muito. E o tipo de lógica que se estabelece também. Esse vídeo joga com essa volatilidade de passado, presente e futuro, e mistura esses ambientes nesse movimento constante. Andando quase destacado da realidade, perdido nessa área cinzenta, um sem-lugar”.    

Com instrumentação que combina elementos acústicos e eletrônicos, incluindo violão, guitarras, baixo, bateria, percussões e órgão, “Ô Lulu” segue influências dos sons setentistas, reggae, rock nigeriano e tropicália, mas, tudo, processado ao estilo do rapper estadunidense Playboi Carti e Itamar Assumpção.

“Busquei criar, com a instrumentação, um trabalho que fosse denso como uma massaroca, dançante e 2D, seguindo o desejo de que o som soasse como uma informação em tela, bidimensional”.

dadá Joãozinho cria seu trabalho, single a single, com base em uma urgência de expressão, buscando constantemente novas ideias e perspectivas aliadas com o aqui e o agora, mas, também, com os demais universos onde a vida consegue transcender as normas habituais. “Na minha cabeça, o tempo inteiro tem alguma ideia querendo acontecer. Eu canto e escrevo a partir das minhas experiências.. Se as coisas ganham camadas fantasiosas, são apenas os artifícios de linguagem e o desejo de criar outras realidades. Eu crio para me sentir livre, seguindo uma visão do que a vida pode ser, sem limites”, finaliza dadá Joãozinho.

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