Exaltando a Bahia como ponto de partida e chegada, a faixa – que chega acompanhada de videoclipe – tem o clima ensolarado e descontraído dos ritmos afro-diaspóricos. Na letra, o retrato de um desencontro amoroso e a incerteza das relações afetivas contemporâneas
Ouça e assista aqui: https://youtu.be/NoImxudoYDs
Aliando a investigação da musicalidade negra com a sonoridade da criação baiana contemporânea, o soteropolitano Giovani Cidreira apresenta, pelo selo Máquina de Louco, seu novo single “Dois Lados”, o primeiro de 2023, com as participações de peso dos conterrâneos Russo Passapusso e Melly. Produzida por Sekobass, a faixa, que faz parte de uma prometida sequência de estreias já anunciadas pelo cantor, é marcada pela atmosfera extrovertida do verão, flerta com o universo pop e enseja o já conhecido entrosamento de GIO com relevantes artistas da cena brasileira, exaltando nesta ocasião a Bahia como ponto de partida e chegada.
A letra do single é retrato de um desejo não realizado, um desencontro amoroso, que reflete a incerteza das relações afetivas contemporâneas. As diferentes perspectivas deste dilema são apresentadas pelos intérpretes que, também, junto de Edvaldo Raw, são os compositores da obra. O clima ensolarado e descontraído dos ritmos afro diaspóricos dão corpo a canção, tendo o “pagodão” como destaque nesse cenário “sofrência” envolvente.
“GIO desenha sua obra mostrando sempre um ponto de vista diferente pelos lugares que passa. Assim foi feito o encontro de ‘Dois Lados’. Ele chegou no estúdio falando de uma música, antes do dia da Lavagem de Yemanjá, no ano de 2023, e Seko já começou a produzir o beat. A letra falava de encontros. “Por que só você não vem?“ acabou virando um convite e, para minha surpresa e felicidade, ele já tinha convidado Melly. Tudo fez mais sentido”, destaca Russo Passapusso. “Que experiência massa poder colar junto com esses artistas que tanto admiro e poder complementar esse projeto com as sutilezas que enxerguei serem caminho. Só agradeço e desejo que essa faixa exploda, prospere e reverbere com a beleza dela”, completa Melly.
No clipe, dirigido pelo próprio Giovani Cidreira em parceria com o já citado Edvaldo Raw, o vídeo é aberto pela cena em que duas pessoas pretas, ornadas por joias e pinturas corporais, estão na praia, destacadas do horizonte, em contraste com a massa azul do mar e o branco da areia. A imagem evoca a célebre capa do álbum de Caetano Veloso de 1987. Verso a verso, a construção visual de “Dois Lados” faz do querer a fórmula para se encurtar distâncias, físicas e emocionais. Durante a dinâmica do registro, GIO, Russo Passapusso e Melly surgem na tela, sempre em quadros separados, criando outras oposições. Quando um lado aparece, o outro aparece também.
“Vale dizer que um dos nossos objetivos é, através das ferramentas da Máquina de Louco, recriar formatos e impulsionar o material produzido de forma independente pelos artistas mais próximos e que fazem parte da cena musical baiana. Retomar os lançamentos deste ano com Giovani Cidreira, Russo e Melly é uma grande honra para o selo”, destaca Beto Barreto, idealizador e fundador da Máquina de Louco.
GIO, cantor e compositor baiano com profícua trajetória, ganhou destaque nacional pela qualidade de sua música e performance ao vivo a partir do seu primeiro disco de estúdio, Japanese Food (2017). Sua obra transita entre a tradicional canção brasileira e a world music, marcada pela originalidade das composições e pela visceralidade de sua interpretação. Em 2021, divulgou seu mais recente trabalho, Nebulosa Baby, que conta com uma proposta sonora e visual requintada, além de inovadora nos diferentes formatos de sua apresentação. Atualmente, circula com o show desta última obra enquanto inaugura uma fase de lançamentos, na qual o universo pop se faz mais presente nas produções, e combina-se ao seu já conhecido entrosamento com proeminentes artistas das diferentes esferas da cena musical brasileira, prometendo versatilidade e descontração nessa sequência de singles. “Agora Vai”, de 2022, e a quentíssima “Dois Lados” fazem parte deste processo.
”Percebo que esse meu novo som nasce, também, da reflexão que fazemos sobre a importância e urgência de que artistas baianos, do interior e da periferia, sobretudo, estejam cada vez mais conectados. Eu acredito que quando a gente mudar os protagonistas, poderemos vislumbrar uma mudança real no mercado da música”, finaliza GIO.