Canção presta homenagem ao Rei Pelé
A correspondência sintética entre verso e melodia e o domínio de temas diversos são as características marcantes da escrita musical de Murilo Santiago. Essas qualidades estão bem desenhadas em seu mais recente lançamento, o single, “Saber a Hora”, no qual o compositor soma a seus versos uma textura sonora pop. A canção, moldada num ritmo ondulante, tece uma analogia entre a arte do futebol e o imprevisível da vida fora das quatro linhas do gramado, ao mesmo tempo em que presta homenagem a Pelé. “Quem dera eu pudesse ser o Pelé/Poder fintar a vida por aí/ter o tiro certeiro no pé… saber a hora de recuar/saber a hora de tabelar/saber a hora de atacar”, enuncia o compositor. Um fã do futebol, Murilo contrapõe com poesia e humor as jogadas precisas e admiráveis do futebol e as demandas, escolhas e os imprevistos do cotidiano.
Para a gravação de “Saber a Hora” Murilo Santiago soube muito bem se cercar de um excelente time de cantores e instrumentistas, além de apostar novamente na tabelinha com o produtor e arranjador Thiago Nunnes, que assinou a produção musical de dois de seus álbuns. “É muito fácil e prazeroso trabalhar com o Thiago. Estamos sempre em contato e, além da direção das gravações, ele está transcrevendo minhas canções para a partitura. Tenho um songbook que já conta com ais de 50 músicas”, comemora.
Convidados por Thiago Nunnes, participaram de “Saber a Hora” Elaine Anunan, Elisa Paraíso, Kadu Vianna, Mariana Nunes, Mila Conde, Pedro Morais e Theo Nunes (voz), Affonsinho (guitarra) Felipe Continentino (bateria), Bruno Vellozo (contrabaixo), Serginho Silva (percussão), Christiano Caldas (teclados) e Thiago Nunnes (violão de aço).
A presença de sete outras vozes em “Saber a Hora”, como jogadores ‘batendo bola’, se revelou essencial para realçar sutilezas da canção.
“Saber a Hora” faz uma citação a Pelé, considerado mundialmente “o Rei do futebol”, título que o atleticano Murilo Santiago aprova incondicionalmente. “Pelé é um ídolo, o maior jogador também na minha opinião”, arremata.
O compositor escreveu também um texto sobre o nosso maior craque, que faleceu neste 29 de dezembro:
“Hoje é feriado; Pelé vai jogar! Parem as guerras, Pelé entra em campo! Cessa tudo o que a musa canta, pois hoje a música é do Rei! O mundo parava para vê-lo e se encantar com o modo como ele encantava a bola, sua súdita direta, fiel camareira e serviçal, musa das musas.
Dignitários lhe renderam homenagens. Plebeus com ele sonharam.
As imagens, eternizando a lembrança, estão aí para dizer como e porque é o Rei, mas a lembrança captura o que escapa às imagens: a emoção do lance; “da finta quando ginga” (com licença, Chico Buarque); a geometria da tabela improvável com as pernas do zagueiro; o desconserto da paradinha no pênalti …… Até o improvável goleiro aconteceu!
Agora o Rei está a fintar estrelas no firmamento; ele, que agora brilha por lá. Viva ao Rei! Viva o Rei!”
Edson Arantes do Nascimento 23/10/1940 – 29/12/2022.
Um lançamento da Naza Music, disponível em todas as plataformas de música.
Acesse: https://murilosantiago.bfan.link/saber-a-hora
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=LNI1MWNVvPk