Urologista Heleno Diegues Paes traz informações sobre a doença no Novembro Azul
Depois do Outubro Rosa, mês dedicado exclusivamente à prevenção do câncer de mama, chega o Novembro Azul para conscientizar os homens sobre o câncer de próstata. Afinal, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o tipo de câncer mais frequente entre os brasileiros, depois do de pele, ocorrendo geralmente em homens mais velhos – cerca de 6 em cada 10 casos são diagnosticados em pacientes com mais de 65 anos.
Outros dados do (INCA) sobre o câncer de próstata no Brasil, onde há uma incidência de cerca de 53 casos para cada 100.000 habitante, são impressionantes:
Mesmo sendo uma doença comum, muitos homens preferem não abordar o assunto, seja por medo, preconceito ou desconhecimento. Mas a realidade mostra que é necessário, sim, discutir a doença. Por isso, o médico urologista Heleno Diegues Paes explica como ela surge.
“A próstata é uma glândula situada abaixo da bexiga, responsável pela produção do esperma no homem. O câncer ocorre quando algumas células defeituosas (cancerígenas) não são descartadas pelo organismo em um processo conhecido como apoptose, e passam a se multiplicar descontroladamente”.
A doença não tem uma causa específica, mas possui alguns fatores de risco que aumentam a chance de sua ocorrência, como o envelhecimento, ser da raça negra, possuir casos na família, estilo de vida ocidental (dieta rica em gorduras, sedentarismo, obesidade). Quando existem sintomas relacionados à doença, estima-se que 95% já estão em estágios avançados. “Dentre os sintomas podemos citar dores ósseas, emagrecimento, diminuição do jato urinário, sangramento no esperma”, diz Heleno.
O médico afirma que não há prevenção para a doença, mas existe a detecção precoce por meio de exames rotineiros. Em pessoas de risco, inclusive, é possível detectar o câncer de próstata em fases iniciais, onde a chance de cura é elevada. “Por isso a importância do exame de rastreamento do câncer de próstata, que consiste na dosagem do PSA no sangue e no exame físico da próstata (palpação) por um profissional experiente (urologista)”.
Para detectar a doença, é realizado o exame de toque e PSA no mundo inteiro. E para o diagnóstico, existem novos recursos de imagem como a ressonância multiparamétrica, a biópsia por fusão de imagens e o PET-CT com PSMA, utilizado para escaneamento de metástases – mais comum de acontecer para os ossos e os gânglios da pelve. Além disso, há também os testes genéticos que fazem predição dos casos com maior chance de não evoluírem bem.
Em relação ao tratamento, o Dr. Heleno explica que, nos estágios iniciais, a doença pode ser tratada com a cirurgia (prostatectomia radical), com radioterapia/braquiterapia e com a vigilância ativa. Nos estágios mais avançados, são usadas a terapia de deprivação androgênica e a quimioterapia.“E temos a cirurgia assistida por robô, as técnicas de ablação por Hi-FU ou crioablação, aparelhos de radioterapia tridimensional, e o surgimento de novos remédios”, diz o urologista.
E, como é uma dúvida comum de muitos homens, o médico destaca ainda que todos os tratamentos afetam a sexualidade de alguma forma, à exceção da vigilância ativa.
Sobre Heleno Paes
Santista de nascimento e criação, começou a se interessar pela medicina no final do ensino médio, quando precisou socorrer um amigo com cólica renal. Posteriormente esteve em uma excursão promovida pela escola para ajudar os estudantes a escolher a profissão, e conheceu a faculdade de medicina da USP. Ficou maravilhado com o estudo do corpo humano, com as peças do laboratório de patologia, e decidiu que era isso que queria fazer. Assim, ingressou na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada, em Santos, em 1997.
Após seis anos, concluiu a graduação e se alistou no Exército. Foi para a Amazônia à serviço do Exército e realizou diversos trabalhos junto à população carente local. Após um ano, regressou e foi morar em São Paulo, onde se especializou em cirurgia geral no Hospital Municipal do Tatuapé, depois em Urologia no Hospital Santa Marcelina e, por fim, em Transplante Renal na mesma instituição.
Nesse período, fez cursos em microcirurgia, videolaparoscopia e outros relevantes para sua formação. Atualmente, atua como médico assistente das subespecialidades Uro-oncologia e Transplante Renal do Hospital Santa Marcelina, o maior hospital da Zona Leste de São Paulo. É também preceptor do internato médico e da residência médica e dá aulas na Faculdade de Medicina Santa Marcelina. Em Santos, pratica a medicina em seu consultório, onde dedica todos os esforços e conhecimento para cuidar de seus pacientes.