Segundo IBGE, menos de 30% dos cargos de liderança são ocupados por pessoas negras
O influenciador digital e tiktoker, Pablo Paquier, agora faz parte do time de gestão operacional da agência Groscove. Dirigida por Jonathas Groscove, também negro, a empresa faz intermediações em todos os âmbitos, seja para marcas pessoal ou empresarial. A agência faz todas as conexões necessárias, atuando desde a parte de publicidade, assessoria de imagem, indicações de gestão financeira, assessoria de imprensa até posicionamento artístico.
Com a entrada do influenciador, o time passa a ser 90% formado por negros e pardos. De acordo com o CEO, essa era uma vontade desde antes da pandemia. “A entrada do Pablo faz muito sentido para o momento que estamos vivendo. Um momento de questionamento racial, tanto na sociedade, quanto dentro das estruturas empresariais. Mesmo antes da pandemia isso já era algo que eu pensava, queria muito a inserção de criatividade, opinião e presença de pessoas pretas dentro dos cargos de gestão.”, declarou Jonathas.
Segundo o IBGE, em 2018, a população preta ou parda ocupava 29,9% dos cargos gerenciais, já em 2019 o índice caiu para 29,5%, sendo assim, nas empresas brasileiras, menos de 30% dos cargos de liderança são ocupados por pessoas negras.
Agora, o time de gestão operacional da empresa passa a ser composto por 6 pessoas, sendo 4 negros, 1 pardo e 1 branco, são eles: Danilo Garbeni, branco, sócio da agência e diretor de comportamento humano; Alexia Simensato, negra, diretora de maketing – também à frente do projeto de gestão negra -; Danilo Pires, negro, assessor pessoal do CEO; Talita Ribeiro, negra RP nacional; Allana Natalie, parda, RP Internacional e Pablo Paquier, negro, RP da América Latina, Central e Norte.
“Hoje, por causa do nosso casting, temos uma responsabilidade muito grande sobre o entretenimento do Brasil e agora estamos migrando para o entretenimento do mundo, que é o que aparece no Instagram, os conteúdos que aparecem em realitys, estamos muito bem-posicionados e é importante trazer essa visão e presença de pessoas pretas às coisas que realmente ficam centralizadas dentro da cultura branca. É começar esse movimento de miscigenação também financeira, a descentralização do poder, do dinheiro, do acesso, somente na cultura branca. Trazendo mais voz, opinião e visão de pessoas negras. Com elas nesses cargos, a gente começa a mudar alguns problemas sociais, como o racismo estrutural e racismo velado.”, explica Jonathas.
“Muitas vezes, pessoas negras em cargos de liderança não são ouvidas por pessoas subordinadas brancas, acontece bastante, a gente passa por isso todo dia, com vários fornecedores, várias pessoas que trabalham na nossa operação e que prestam serviço para a gente. Mas, cada vez mais temos ganhado espaço para discutir essas pautas, para tentar solucionar esse problema que incomoda muito nós que somos negros, de não ser ouvido, não conseguir ter a autoridade necessária que nossos cargos nos permitem. Então é muito importante trazer narrativas para mudar toda uma cultura e também a posição de desigualdade, falta de estrutura financeira, social, cultural e educacional de pessoas pretas. Começando pelo Jonathas com essa empresa, a gente vem mudando a realidade das nossas próximas gerações”, declarou Alexia Simensato.