SOS PANTANAL REALIZA NOVA EXPEDIÇÃO PARA ALERTAR SOBRE A NECESSIDADE DE SE PRESERVAR O BIOMA E DEFENDER SEU DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Para a instituição, que convidou a modelo, apresentadora e influenciadora digital Rafa Kalimann para esta viagem, 

ecoturismo e iniciativas do terceiro setor são aliados da conservação de fauna e flora e da geração de renda para as comunidades da região

Neste mês de outubro, entre os dias 15 e 19, o SOS Pantanal realiza mais uma edição do projeto “Expedição Pantanal”. Entre outros convidados, desta vez a iniciativa contará com a participação da modelo, apresentadora e influenciadora digital Rafa Kalimann, que, além de ser madrinha das Brigadas Pantaneiras (que atuam na prevenção e combate a incêndios), com mais de seus 23 milhões de seguidores dará visibilidade às ações fundamentais da instituição. 

A última expedição temática ocorreu em 2019 com o objetivo de mostrar a importância do trabalho de projetos de conservação da biodiversidade e documentar o papel do ecoturismo como ferramenta de desenvolvimento econômico e conservação do meio ambiente. Foram 25 dias de viagem com visitas aos principais projetos de conservação e pontos de ecoturismo do bioma e do entorno. No total, foram percorridos mais de 5 mil km por terra e mais de 600 km cruzando rios, passando por 11 municípios e visitando 20 empreendimentos ecoturísticos, além de 11 projetos de conservação, como o Projeto Arara Azul, Onçafari, Instituto Acaia, Instituto Homem Pantaneiro, Projeto Tamanduá, Projeto Bichos do Pantanal, ONG Panthera Brasil, Projeto Tatu-Canastra, Projeto Onças do Rio Negro, Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB) e a Comunidade Kolping Frei Thomás.

Potencial do ecoturismo

Segundo dados do Ministério do Turismo, entre 2017 e 2019 cerca de 19 milhões de turistas estrangeiros escolheram o Brasil como destino de viagem, motivados por nossas belezas naturais e nossa diversidade cultural. 

Deste total, e em busca da riqueza dos biomas nacionais e das exuberantes fauna e flora, um quinto desses visitantes internacionais (18,6%, ou pouco mais de 3,5 milhões de pessoas) escolheu o ecoturismo como principal modalidade. 

Depois de dois anos de severo impacto nas atividades do setor turístico em decorrência da pandemia de Covid-19, este pujante fluxo de viagens que têm como foco o contato estreito com a natureza brasileira volta a ser fortalecido e um dos destinos obrigatórios do turismo ambiental é o Pantanal.

No documento Ecoturismo: Manifesto em Prol das Unidades de Conservação e do Meio Ambiente, divulgado em julho de 2020, a ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) já destacava a expectativa de que possíveis cenários de demandas turísticas pós-pandemia apontavam para a regionalização e a busca por experiências mais naturais e autênticas. 

Previsão que vem se confirmando com a ascensão de números absolutos divulgados por agentes governamentais. Em maio último, por exemplo, a Embratur, entidade ligada ao Ministério do Turismo, estimou que o Brasil deve receber aproximadamente 4,2 milhões de turistas internacionais ao longo de 2022. É o maior número de visitantes vindos do exterior desde que a OMS decretou a pandemia de Covid-19, que teve início em março de 2020.

Além de contribuir para a preservação ambiental, o ecoturismo também favorece a economia, por meio de operações desenvolvidas por mais de 13 mil empresas brasileiras dedicadas ao setor. A Organização Mundial do Turismo (OMT) aponta que, enquanto o turismo no geral avança 7,5% ao ano, a prática de ecoturismo cresce 20%. No Brasil, anualmente cerca de um milhão de viajantes opta pela modalidade, gerando um faturamento de US$ 70 milhões.

“Com a ampliação do ecoturismo, chega também uma infraestrutura mais consolidada, preparada para atender demandas. E aumentam as fontes de renda para as comunidades locais e empreendedores que atuam no ramo. O ecoturismo é uma das principais fontes de renda no bioma Pantanal. Diversas propriedades, inclusive, conseguem conciliar o turismo com a atividade pecuária. Porém, o aumento da atividade também pode trazer prejuízos ambientais, caso seja feito de forma desordenada”, explica Gustavo de Carvalho Figueiroa, biólogo e diretor de Comunicação e Engajamento do Instituto SOS Pantanal. 


SOS Pantanal
Fundado em 2009, o SOS Pantanal é uma instituição de advocacy, sem fins lucrativos, que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal por meio da gestão do conhecimento e a disseminação de informações do bioma para governantes, formadores de opinião, grandes empreendedores, fazendeiros e pequenos proprietários de terras da região, assim como para a população em geral. 

Ao longo das últimas duas décadas, o Instituto SOS Pantanal tem diretamente impactado o ecoturismo ao promover iniciativas de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, a partir de quatro principais frentes de atuação: 

– A promoção de políticas públicas que facilitem o diálogo entre a sociedade e o público, de modo a gerar ações que beneficiem tanto o meio ambiente quanto o desenvolvimento econômico da região;

– O combate a incêndios, por meio do programa Brigadas Pantaneiras, que estrutura operações incisivas contra queimadas naturais ou decorrentes de ações criminosas;

– A produção de informações sobre o Pantanal, por meio de monitoramentos remotos e territoriais, agregando e divulgando conhecimentos relevantes sobre o bioma;

– A restauração socioambiental, com ações desenvolvidas em áreas degradadas e em locais de segurança, com incentivo a pesquisas e projetos locais.

Por meio de incentivos à profissionalização do ecoturismo, aliado a uma fiscalização mais efetiva e o consenso de boas práticas conjuntas entre os setores privado, público e terceiro setor, o SOS Pantanal tem contribuído para que o ecoturismo cada vez mais se apresente como um dos pilares do desenvolvimento sustentável do Pantanal.

“Entre outras linhas de atuação, incentivamos a produção de conhecimento sobre o bioma, no que diz respeito à divulgação e a promoção de iniciativas voltadas ao ecoturismo. Não produzimos os dados propriamente ditos, mas divulgamos e estimulamos a atividade através de eventos e em nossas mídias sociais”, esclarece Figueiroa.

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