Em entrevista cedida ao Jornal Globo desta segunda (11), Marco Pigossi, estrela de Cidade Invisível, abriu o seu coração sobre a sua orientação sexual.
“Eu rezava, pedia a Deus para me consertar. A homofobia é tão enraizada que, por mais que a gente assuma, ainda vai lidar com o preconceito interno. Vesti a máscara heterossexual, sempre fui observado pela beleza. Fiz esse personagem hétero para me esconder, o que deixou minha vida mais confortável”, revelou, ao falar sobre o quanto sofreu para se aceitar como homossexual. Durante a conversa, Marco também relembrou o quão esgotado se sentia para performar uma heteronormatividade e esconder quem realmente era. Até que resolveu dar um basta e se abrir para o mundo.
“E sou branco, privilegiado, classe média, filho de médicos. Imagina quem está na favela, é negro…”, lamentou o artista. “A pessoa que se aceita e está feliz com o que é conhece uma força enorme. Se sente com poder para ocupar espaços”, continuou. Pigossi ainda ressaltou como a mãe e o pai reagem de formas diferentes quando o assunto é a sua orientação sexual. O ator declarou que viveu muita dor de cabeça por conta do pai ser apoiador do atual presidente do país.
“Não que ele ache que ser gay é falta de porrada, mas se vota num candidato desse… Existe um ideal político que distancia a gente. Ele nunca vai me pegar pelo braço e se unir nessa causa. Diferentemente do amor incondicional da minha mãe”, completou. “No fundo, o que a gente mais quer é pertencer. Como homossexual, sentia que não pertencia a nenhum grupo. Todos esses corpos passam por isso. E quando passam a pertencer… É do car@lho!”, finalizou.