KALEIDOSKOPE TRAZ DESABAFO E CRITICA SOCIAL E POLÍTICA NO NOVO SINGLE “DIAS ESTRANHOS”

Trazendo um desabafo e critica social e política em forma de música a banda kaleidoskope, liderada pelo músico David Borges, de Brasília, Distrito Federal, lança nesta sexta-feira (13), o novo single de trabalho: “Dias Estranhos“. A faixa é um lançamento do selo musical Marã Música e já está disponível em todos os aplicativos de música. 

O novo som é uma composição autoral e traz uma mistura de diversos sentimentos, como raiva, tristeza, confusão, violência, mas também esperança, amor, memórias boas e anseios positivos. “Uma composição tão cheia de sentimentos confusos precisava de uma música também meio esquizofrênica. A música inteira saiu muito rapidamente, entre o riff principal (que não é mais que um riff de blues) e depois as outras partes foram se juntando como num quebra-cabeça. Mas foi estranhamente natural e catártico. Até a parte mais lenta da música serve como um pequeno bálsamo de paz, no meio de tanta loucura”, conta o cantor sobre a composição.

Como o próprio nome já diz, o novo single é um desabafo sobre os dias estranhos do mundo atual e também uma crítica ao cenário político. “Os dias têm sido estranhos para muita gente, uma sensação de ‘déjà-vu’, de ciclo vicioso triste, de problemas que eu acreditava bem encaminhados ou até resolvidos e de repente, aparecem de novo. Pautas sociais como luta contra o racismo, a misoginia, a pobreza, o machismo, necessidade de melhor distribuição de riqueza, acesso a direitos cívicos e etc, que pareciam consenso, de repente estão ameaçadas no dia-a-dia de novo. Tivemos um momento em que parecia consenso que era importante lutar/zelar/cuidar dos menos providos, os menos sortudos e, de repente, apesar de uma pandemia, os ricos ficaram mais ricos, os pobres mais pobres… Parece um retrocesso social geral. Eu tinha a sensação de que antes (uns 8 a 10 anos atrás) o racista se escondia, o misógino se camuflava. Hoje, não mais. E quem diria que em pleno 2022 haveria mais uma nação tentando subjugar outra com a força das armas? ‘Dias Estranhos’ começou a ser criada antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, aí a música tomou contornos mais estranhos ainda porque pareceu profética, muito embora essa guerra não fosse o motivo central. E quando isso acontece, nos recolhemos, nos encolhemos e tentamos a todo o custo nos proteger ‘do mundo lá fora, com palavras encharcadas de medo e raiva’. E a saúde mental da sociedade como um todo, regrediu. Esses são os dias estranhos que vivemos, mundialmente”, explica kaleidoskope.

Apesar de trazer todos esses sentimentos confusos, com “Dias Estranhos” a banda quis mostrar a importância de não perder a esperança em meio ao caos. “É tudo cíclico. Esse deve ser o passo para trás, depois de dois passos para frente e antes de mais dois passos para frente. É a parte onde somos resilientes e otimistas: e a tristeza derrete, a nuvem se afasta e eu consigo o esboço de um sorriso, no aconchego de um futuro indeciso”, completa o cantor.

Sobre a expectativa para o lançamento, ele afirma: “Ansioso, como a cada lançamento, talvez um pouco mais desta vez pelo teor mais claramente social e político. Tudo é político, como disse Aristóteles, se não me engano. Então é difícil ser só observador. Independentemente de concordarem ou discordarem, espero que a música desperte curiosidade, conversas, debates saudáveis”.

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