A mostra, que acontece no Centro Cultural Correios RJ, traz uma reflexão sobre o vazio existencial e utiliza as flores como metáfora para investigar as relações afetivas , com curadoria e produção cultural de Cota Azevedo
A artista plástica mineira Du Flausino abre a exposição individual “…no silêncio das flores” , no Centro Cultural Correios RJ, com curadoria e produção cultural de Cota Azevedo, onde apresenta cerca de 40 trabalhos de diferentes mídias – pinturas (óleo e acrílica), fotografias, bordados, vídeo-performance e trabalhos instalativos, distribuídos em duas salas, entre os dias 26 de maio e 9 de julho de 2022, trazendo, como temática central, a simbologia das flores na cultura contemporânea, como ícones, usados como metáforas que preenchem as lacunas deixadas pelo tempo, pela distância, pelas perdas, pelas relações afetivas.
As obras apresentadas nesta exposição trazem, em suas poéticas, dualidades como morte e vida, exageros e delicadezas. São trabalhos que revelam os antagonismos das linguagens do humano nas relações, nos valores e nas atitudes em seu cotidiano. As flores são metáforas encontradas por Du Flausino para debater as conexões afetivas em seu tempo. “O que as flores dizem a respeito de nós? Por que estamos sempre recorrendo às flores para decorar e perfumar nosso dia a dia? Faço uma reflexão sobre as delicadezas que existem em torno da utilização deste símbolo no cotidiano, como elas nos proporcionam sentido a um estado psíquico”, explica Du Flausino.
A exposição “…no silêncio das flores” reflete sobre o humano e as suas questões, na relação com o meio, na sua representação social, seus desejos, afetos e sentimentos. Em muitas situações, a flor tem o papel de dar significância às existências, a citar: a casa decorada com flores para que ela se torne agradável e aconchegante; flores oferecidas como presente para declarar amor e amizade, aos que nascem como boas vindas, aos que morrem como despedida.
Desde 2010, Du Flausino, expõem trabalhos com o foco na poética floral, e apresenta, agora, a sua primeira individual no Rio de Janeiro, do conjunto dos seus estudos e práticas, em séries. Em “Flores de plástico”, o olhar cria um viés que projeta perdas e objetifica sentimentos. Em a “Casa de Fernanda”, as relações afetivas perpassam pelas vivências e valores. A casa é como a possibilidade de encontros e afetos transcritos pelas imagens e flores.