Especialista em marketing digital fala sobre o crescimento do e-commerce no Brasil após a pandemia. A expectativa é de que as vendas online cresçam em torno de 54% até 2024.

O mercado de e-commerce no Brasil ganhou espaço nos últimos anos, alcançou novos setores, clientes e produtos devido pandemia do corona vírus em 2020. De acordo com a pesquisa realizada pela Mundi Map e E-commerce Brasil, o comércio online é responsável por 58% das vendas dos lojistas entrevistados em 2021, se tornando cada vez mais digitais, oferecendo ao consumidor serviços e produtos online. Em meio à desaceleração da atividade econômica, a Covid-19 gerou um aumento no comércio eletrônico e acelerou a transformação digital.

“É notório a introdução dos consumidores idosos, por exemplo, que começaram a se envolver com o e-commerce como meio de aumentar o distanciamento. Como a conveniência sempre foi um dos principais impulsionadores do comércio eletrônico, é provável que muitos dos novos usuários continuem pedindo pelo menos alguns produtos online, mesmo com a reabertura do comércio”, diz William Oliveira, especialista em marketing digital e CEO da Invictus Joias.

Se as vendas tiveram um boom em 2020 e os números de 2021 também mostraram um cenário de expansão, já que houve um aumento de 20,04% no faturamento em agosto, comparado ao mesmo período em 2020 – os números são do índice MCC-ENET -, a previsão é que até 2024 essa crescente – que é foi de 41% em 2020 – chegue até 56%.

“Apesar da contínua expansão desde o início da pandemia, o e-commerce no Brasil tem que lidar com desafios para seguir crescendo. Um deles é a redução na renda que uma parte considerável da população vem sofrendo e essa é uma questão que afeta o varejo como um todo, na verdade”, destaca.

De acordo com William Oliveira, com o poder de compra reduzido, uma das estratégias utilizadas para economizar é consultar sites que comparam os preços dos produtos, para escolher o que está mais em conta e com vantagens no pagamento.

“Isso pode ajudar o consumidor a encontrar a melhor opção pelo menor valor, através da listagem dos produtos, que incluem a marca e modelo com o melhor custo-benefício”, ressalta.

Para o especialista, proporcionar a aquisição imediata dos produtos ainda é uma vantagem do varejo físico sobre o e-commerce. Entretanto, a pandemia obrigou diversas empresas a fazer melhorias em seus processos de logística, para que o imediatismo do cliente não fosse um obstáculo. Como resultado, modalidades de entrega com prazos super reduzidos passaram a ter maior oferta. Em muitos casos, a entrega pode ocorrer em poucas horas após a compra virtual.

“É o ponto crucial para o desenvolvimento do negócio. Investir em bons softwares de logística, ter um bom controle dos processos e automatização são algumas soluções que ajudam a encarar esse desafio e melhorar todo o sistema. A segurança de dados transmite credibilidade aos clientes e também devemos lembrar que os canais de vendas online precisam cumprir as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Fidelizar os clientes e garantir a recorrência das vendas é mais um desafio, mas investir na qualidade do atendimento, em estratégias de marketing digital e no fortalecimento da marca, além de analisar estrategicamente os concorrentes, são ações que podem ser adotadas para enfrentar essa questão”, conta.

O CEO da Invictus Joias que esse crescimento ano a ano aconteça porque existe a probabilidade do consumidor que começou a comprar pela internet em função das restrições impostas pela pandemia não abandone esse hábito, mesmo com a volta à normalidade. Muitas empresas expandiram sua estrutura para o ambiente online em função da pandemia, obtendo assim uma nova fonte de receita.

“Temos um cenário no qual as vendas online e offline se complementam. O e-commerce ainda tem uma participação pequena, considerando a totalidade do varejo, mais essa rápida e contínua crescente é sinal de que esse mercado tenha ainda mais possibilidades de expansão”, finalizou.

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