Dermatologista Luann Lôbo dá dicas e tira dúvidas sobre a utilização desse produto tão importante para a saúde e beleza da pele
Dias mais longos, muito sol, calor, praia, piscina, cachoeira, roupas leves e a pele mais exposta! Pois é, estamos na estação que é quase uma carteira de identidade de nosso país tropical: o Verão!
Época em que as pessoas correm para renovar o bronzeado e passam horas e horas expostas ao sol. Mas, mesmo com tanta animação, é sempre bom relembrar os cuidados que devemos ter com nossa pele. Isso durante o ano todo, mas principalmente nos dias mais quentes.
E um item que não pode faltar, nunca, é o protetor solar. Muita gente acha chato usar o produto, esquece, não retoca. Mas a utilização de fotoprotetores precisa tornar-se um hábito comum da nossa rotina, como beber água, tomar banho e se alimentar. Isso se você quiser ter uma pele saudável, bem cuidada e, além de tudo, evitar maiores riscos de contrair algum tipo de câncer de pele.
De acordo com o médico dermatologista, Dr. Luann Lôbo, da Human Clinic de São Paulo, o protetor solar não é a única medida preventiva ao melanoma (câncer de pele), mas a mais relevante nos nossos hábitos diários. “Além do uso do fotoprotetor, evitar exposição solar excessiva nos horários de maior incidência de raios UVB (das 10 às 16hs), usar barreiras físicas como chapéus, bonés e roupas com proteção UV e consumir antioxidantes orais prescritos por um médico, são outras importantes medidas que devem ser adotadas. Além, claro, de manter um estilo de vida saudável e consultar rotineiramente o seu dermatologista”.
Como escolher um protetor
Atualmente existem no mercado centenas de opções de produtos para proteger a pele dos raios solares. É tanta oferta que na hora de escolher sempre surge a dúvida: qual o melhor protetor para o meu tipo de pele? E vale lembrar que ainda existem dermocosméticos especificamente para o corpo e outros para o rosto.
Médico queridinho de famosas como a atriz e cantora Cleo e a modelo e designer de moda Sasha Meneguel, Dr. Luann explica que a escolha depende muito do tipo de pele de cada pessoa, por isso é tão importante consultar um dermatologista. “Geralmente, costumo recomendar um fotoprotetor específico para o rosto e outro para o corpo. A pele da face costuma ter necessidades cosméticas um pouco diferentes da pele do corpo”, afirma Luann.
Segundo o profissional há diferenças bem específicas entre os protetores para o rosto e para o corpo e isso deve ser levado em conta. “Tendo em vista que a pele brasileira tende a ser mais oleosa, priorizamos para a face filtros solares mais leves e fluidos, de preferência já com ativos de tratamento, a depender do tipo de pele (clareadores, antixoxidantes, anti-acne, etc). Já os filtros solares corporais, em sua maioria, costumam ser mais cremosos e com textura mais densa. Por isso é importante consultar o dermatologista, para entender qual produto funciona melhor para cada pessoa”, alerta o doutor Luann, completando que é muito importante considerar o tipo de pele (seca, oleosa, mista, sensível, etc) e se há alguma patologia cutânea associada (acne, rosácea, melasma, dermatites, etc), além do grau/frequência da exposição solar.
A importância do FPS
Todo fotoprotetor vem com a indicação da sigla FPS, que significa Fator de Proteção Solar, quanto maior o número de FPS indicado, maior será a proteção contra a radiação solar. “O FPS mais indicado depende, principalmente, do estilo de vida de cada pessoa (se trabalha diariamente em ambientes fechados, pratica esportes ao ar livre, frequenta a praia, etc). Na hora de escolher o FPS, também é importante considerar se há antecedentes de câncer de pele ou outras patologias fotossensíveis. De forma geral, recomendamos à população o uso, pelo menos, do FPS 30”, aconselha o dermatologista.
E você sabia que o protetor solar deve ser reaplicado ao longo do dia? Pois é, dá certo trabalho, mas é importante levar isso em conta. E a periodicidade da aplicação do produto, mais uma vez, varia de acordo com a rotina de cada um. “No dia a dia urbano, costumo recomendar a reaplicação a cada 4h (uma média de 3 aplicações/ dia). Já durante viagens de verão, a reaplicação deve ocorrer após suor excessivo, após banhos de mar/piscina/cachoeira, e/ou a cada 2h de exposição solar mais intensa”, explica o especialista.
Filtros com cor
Dentre tantas alternativas de protetores solar, já há alguns anos foi colocado no mercado produtos com cores, que funcionam como base, podendo ser incluído como um item da maquiagem e facilitando muito a vida, além de dar aquele ar mais corado, sem precisar torrar no sol.
E quer mais uma vantagem? Filtros com tonalizante possuem um efeito de proteção maior. “O pigmento presente nos filtros solares com cor formam uma barreira a mais de proteção, especialmente à luz artificial de escritórios, computadores, celulares, etc. Na praia, principalmente nas peles mais sensíveis à radiação ultravioleta, o filtro solar facial com cor também é um bom aliado”, pontua Luann.
Pele negra, crianças e alérgicos
Engana-se quem pensa que pessoas com a pele negra não precisam usar protetor solar. Mas como a quantidade de melanina é maior, há uma resistência mais forte contra os raios do sol. Ainda assim é importantíssimo que todos usem e abusem dos fotoprotetores, independentemente do tom de pele. “A pele negra é naturalmente mais resistente à radiação ultravioleta, por sua maior densidade de melanina. Apesar do uso rotineiro do filtro solar também ser mandatório nos pacientes de pele negra, geralmente não necessitamos de FPSs tão altos para manter a pele bem protegida”, pontua o dermatologista.
Outra dúvida que pode surgir sobre o uso dos protetores, é com as crianças. As mamães, sempre cuidadosas devem sim se preocupar em usar os produtos específicos nos pequenos. Mas atenção: nos bebês não, alerta o médico! “Bebês de até 6 meses não devem utilizar filtros solares. Nesta faixa etária, o melhor, mesmo, é recorrer a barreiras físicas como roupas e sombreiros. Já para os pequenos acima dos 6 meses, e até o fim da infância (12 anos), a indicação é utilizar filtros solares orientados ao público infantil em seu rótulo (geralmente com a palavra KIDS). Priorizar os produtos de fácil aplicação e de boa espalhabilidade também é importante, assim como a reaplicação periódica, conforme já citado”.
E apesar de ser uma quantidade bem pequena, alguns indivíduos não têm boa tolerância aos componentes das fórmulas dos protetores, são alérgicos. Como fazer então, para se proteger do sol e suas consequências na pele, nesses casos? “Em situações de intolerância comprovada a algum ativo químico presente em filtros solares, recorremos aos protetores solares compostos por ativos essencialmente físicos (dióxido de titânio e óxido de zinco)”, pontua o doutor Luann.
Portanto, não há desculpas para não se cuidar. O importante é curtir muito o Verão, aproveitar a praia, a piscina, e até a cidade (e a rotina urbana de trabalho), mas sem se descuidar da pele e de sua proteção adequada!
Créditos: Amanda Galdino