Jhonny Ítalo da Silva, de 18 anos, negro, foi algemado e puxado por uma moto pilotada por um policial militar. A cena é constrangedora, o jovem tem uma mão algemada na moto, enquanto a outra mão tenta se apoiar no baú do veículo. Em um dado momento, quando o PM acelera a moto, obriga-o a correr para acompanhá-lo. O fato foi gravado, postado nas redes e viralizou na internet, graças a isso, chegou ao grande público, trazendo para o debate a conduta do PM.
Jhonny foi preso por suspeita de tráfico de drogas e de dirigir sem habilitação. De acordo com o BO do caso, ele furou um bloqueio policial, bateu em uma ambulância e fugiu até ser detido portando maconha na mochila. O caso ocorreu na tarde dessaterça-feira (dia 30), na Av. Prof. Luiz Ignácio de Anhaia Mello, na Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo. A cena choca, tamanha a barbárie e linchamento público. Há indícios que Jhonny estava encrencado com a lei, mas antes, bem antes já foi à julgamento e condenado com desprezo.
Em nota, a Polícia Militar disse que “Imediatamente após tomar ciência das imagens, determinou a instauração de um inquérito policial militar ́ ́, e afastou o policial envolvido enquanto ocorrem as investigações.
“O caso demonstra como as heranças escravocratas coloniais ainda permeiam as práticas das relações sociais, políticas e econômicas no Brasil. Praticas essas em que as “coreções ” eram aplicadas em praças públicas como forma de punição e vexame sobre os corpos negros. Corpos esses que à luz das construções raciais, ou por assim dizer, arraigada dentro do racismo estrutural, precisavam ser domesticados e domados. Precisamos aqui pontuar que é direito de todos terem um julgamento justo e serem julgados pelos crimes que cometeram. O racismo, a marginalização social, a intolerância ainda são, infelizmente, as bases das construção das relações sócias no nosso país”. Declarou o Babalawô IVANIR DOS SANTOS – Dr. Prof. do Programa de pós-graduação em História Comparada da UFRJ, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e Conselheiro Estratégico do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).
Créditos: Rozangela Silva