Margareth Menezes é a entrevistada do Trace Trends desta semana
Uma das artistas responsáveis por disseminar a música baiana para o mundo, considerada a ‘Aretha Franklin’ brasileira pela ‘Los Angeles Times’, Margareth já lançou, inclusive, discos pela mesma gravadora de Bob Marley. Ela comenta sobre a valorização da cultura nacional.“O mercado brasileiro tem várias facetas. Quando vamos para a questão comercial entram outras influências, a visão mais empresarial. Existe também o circuito cultural e artístico que é uma indústria muito potente, mas ainda não tem seu devido valor”, afirma, ressaltando que o Brasil extrai muito pouco da cultura brasileira.
Ao ser questionada sobre a falta de reconhecimento musical em seu próprio país, a artista reflete se sofre apagamento. “Tenho 32 anos de carreira. Tenho tanta coisa nesse universo de coisas que já fiz. No primeiro momento foi muito difícil para mim, não tive um empresário grande que pudesse colocar dinheiro na minha carreira. Mas não posso me considerar uma artista que não teve [reconhecimento]. Tanto tive que fiz minha empresa, tenho meu selo e lancei vários projetos por ele”, expõe a cantora aos 57 anos.
“O que eu acho é que ainda são poucas pessoas. Mas temos visto um movimento novo com artistas, principalmente mulheres negras, além de ter uma ascensão muito melhor do que antes, tem um discurso, postura e liberdade de produção. Como a Larissa Luz, Iza, Ludmilla. São artistas super preparadas e é isso que precisamos. O mercado precisa realmente mudar, construir alternativas e outros canais”, pondera.
Margareth Menezes é autora do Movimento AfroPop Brasileiro, conceito que mescla ritmos afro-brasileiros com sonoridades da guitarra e timbres da música atual. “Acho que fui a primeira artista a questionar essa identidade, porque é necessário que falemos sobre ela. O afropop é união do nosso legado afro e a música contemporânea. Isso existe e não podemos negar. Não posso botar tudo na conta do axé music, que é um rótulo de generalização, um movimento com vários tipos de ritmos já definidos pelos seus criadores. Axé music é um grande supermercado, onde meu afropop está em uma dessas prateleiras. Minha identidade musical é o afropop, porque eu trago meu legado, da minha consciência, do meu registro afro. Sou uma artista afrourbana”.
A entrevista completa vai ao ar no Trace Trends desta terça-feira (8), às 22h30, na RedeTV!.
Créditos: Ana Letícia Gonçalves