Carregado de melancolia tropical, segundo disco da artista chega com clima slow, transitando e flertando com a mpb, trip hop, reggae, dub e hip hop
Depois de defender seu nascimento, recriando e enfrentando o mundo como artista e mulher trans, JuPat está pronta para outros mergulhos registrados em seu segundo disco autoral, “Nadando com Peixes que Voam”.
“Em 2018, quando divulguei o álbum “Toda Mulher Nasce Chovendo”, estava no meio de uma tempestade. Aquela estética, do rap, me ajudou a trazer essa força de luta e de resistência. Encerrado esse ciclo, veio a necessidade de águas mais leves, mais profundas. Agora, exploro novas camadas, conto histórias inclassificáveis, investigo as belezas das surrealidades rotineiras, faço um convite à crença do absurdo e me entrego ao encontro da poesia que mora nessas contradições naturais. Incluindo a história de peixes que voam e de corpos trans sujeitos ao amor. Aliás, esse é um registro sobre o amor e sobre a história de um amor possível”.
Carregado de melancolia tropical, projeto transita e flerta com várias sonoridades. Entre elas, a mpb, o trip hop, o reggae, o dub e o hip hop.
“Esse disco tem muito da brisa do rio Piracicaba, que sinto aqui da minha casa, e das últimas viagens que fiz, à Amazônia e ao Uruguai, antes desses tempos de quarentena e isolamento. Ultimamente, tenho ouvido Neil Young, Cigarettes After Sex, Faye Webster, Glue Trip, Lira, Giovani Cidreira, Bernardo Bauer e Tamy Tectoniza, minha parceira e musa. Nomes que com certeza me inspiraram”.
Embalado por 11 faixas, “Nadando com Peixes que Voam” é sobre aquela tal fé no afeto.
Nas participações especiais, além da própria Tamy Tectoniza, Dandy Poeta, Denise Mokreys, Raphael Warlock, Allure Dayo e Zara Dobura. Os arranjos e instrumentais foram compostos pelo produtor Nikolas Chacon. É ele o responsável por, também, assinar a mixagem e masterização.
Ouça aqui: https://youtu.be/HADAbCZY7CA
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/14kG8QbEXRiPZ__xZyt5aaVLMfB4KU2ti?usp=sharing
FAIXA A FAIXA ASSINADO POR JUPAT
01 – Translúcida
É o chamamento ao oceano dos seres livres, a introdução, o mergulho de ponta para os oceanos de dentro, para depois voltar e se expor, mostrar nossas poeiras no Sol.
02 – Portas Abertas
Composto em parceria com Dandy Poeta, é o nosso hino ao amor, a se entregar a uma nova relação, ser permeável, abrindo todas portas para ser sequestrada pelas sereias e viver novas histórias na beira de um rio.
03 – Flores Secas
Eu e WARLLOCK exibimos nossos seminus quase artísticos, em um slow rap conectando Piracicaba e Florianópolis, na brisa de flores secas se queimando, para lembrar que nada nos define.
04 – Mar Azul
Uma balada sobre o encontro das águas e de olhares irrecusáveis com Tamy Tectoniza, transbordando e causando enchentes no Rio Piracicaba.
05 – Alive
Um mergulho em águas jamaicanas celebrando tudo que me mantem viva, mesmo que por apenas essa noite.
06 – Flores Azuis
Meu momento mais íntimo e instrospectivo, vagando a passos tortos na selva, ouvindo as vozes da Mãe da floresta e devolvendo minha translucidez.
07 – Coração no Sol
Um convite meu e da Zara Dobura para deitar com o coração no Sol, ouvindo os trovões na praia, e viver amores de verão e de outono.
08 – Derreter
A primeira música do meu encontro com Tamy Tectoniza, vivendo adualidade entre o oceano e o céu, o sonho e o viver, a dissolução dos sentidos. Botando nosso juízo no vento, encontrando distrações boas para sermos livres e felizes, como os peixes que voam e borboletas que se beijam.
09 – Despedaços
Uma declaração minha e do Allure Dayo ao amor e à dor, onde ela faz parte. Um convite a um passeio de mãos dadas pelos escombros da cidade, confiando no tempo e nas reconstruções constantes das relações.
10 – Fim
Fim é um lamento, minha entrega ao amor, à loucura, às promessas, à vontade de ser eterna, de planejar um choro feliz por um amor despretensioso.
11 – Nina
Nina é o acordar depois do sonho. O nascimento, depois do mergulho. A celebração da vida com as vozes de quem mergulhou comigo nesse disco.
FICHA TÉCNICA:
MÚSICAS
Todas as músicas compostas por JuPat, em parceria com Dandy Poeta (faixa 02), WARLLOCK (faixa 03), Tamy Tectoniza (faixas 04 e 08), Zara Dobura (faixa 07) e Allure Dayo (faixa 09).
Arranjos e instrumentais compostos por Nikolas Chacon.
Backing vocal: Denise Mokreys (faixas 02, 03, 05 e 10)
Produção: Nikolas Chacon
Mixagem e masterização: Nikolas Chacon
Direção de arte e design gráfico: Giovanna Rodrigues
CAPA
Fotografia: Tamy Tectoniza
Design Gráfico: Giovanna Rodrigues
FOTOS DE DIVULGAÇÃO:
Fotografia: Tamy Tectoniza
Edição: Giovanna Rodrigues
SOBRE JUPAT:
Nascida em Ribeirão Preto, mas piracicabana de coração, JuPat encontrou na música sua forma de garantir e sustentar sua existência enquanto mulher trans refletindo e narrando suas experiências da vida urbana contemporânea.
Em 2018, a artista iniciou sua carreira solo apresentando “Transe”. O single, acompanhado de videoclipe, antecipava a estreia de seu primeiro álbum, “Toda Mulher Nasce Chovendo”. Produzido por Rasec, com alquimia final de Pipo Pegoraro, álbum tem o peso do rap, as experimentações transcendentais do trip-hop e as divagações de um corpo netuniano em melancolia tropical. “Toda Mulher Nasce Chovendo” vem da água, da fluidez, da libertação emocional, do misticismo, do desejo de alcançar o divino. No fim, mais uma mulher nasceu.
Em 2019, a artista lançou “Flash”, seu primeiro single após o lançamento de Toda Mulher Nasce Chovendo. Em parceria com o produtor Nikolas Chacon, JuPat mergulha em águas jamaicanas num fim de tarde, sentindo a brisa que dispara flashes de relacionamentos, cobranças imparciais e recibos passados. Flash é uma conversa aberta sobre nossos vícios íntimos.
Atualmente, depois de antecipar um videoclipe para a track “Derreter”, trabalha no lançamento de seu novo disco, “Nadando com Peixes que Voam”.
Sesc Piracicaba, Centro Cultural São Paulo, Fatiado Discos, CEU Navegantes, Virada Feminista de Jundiaí, Festival Curau são alguns dos espaços que já receberam a cantora.
Créditos: Yasmim Bianco